Acordo dá ao Fome Zero apoio técnico e financeiro da FAO

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Jacques Diouf, assinou hoje em Brasília um acordo de cooperação técnica com o governo brasileiro, no valor de US$ 1 milhão, para auxílio a projetos que irão viabilizar a erradicação da fome no país. A assinatura foi realizada durante solenidade no Itamaraty, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O evento foi seguido de almoço, do qual participaram o ministro interino das Relações Exteriores, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães Neto; o chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu; o ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, José Graziano e outras autoridades.

O acordo oferecerá sustentação a três projetos do governo Lula: apoio à execução inicial do Fome Zero; aumento da capacidade de segurança alimentar da população pobre rural do Nordeste e adaptação de projetos financiados internacionalmente, em execução no Brasil, para apoiar o Fome Zero.

O apoio ao Fome Zero complementará a parceria já existente entre a FAO e o governo brasileiro, ajustando o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Programa Nacional de Geração de Emprego e Renda em Áreas de Pobreza (Pronager) ao projeto prioritário do governo Lula. O objetivo é facilitar a articulação das ações para beneficiar os assentamentos da reforma agrária e integrá-los à economia local, elaborando uma metodologia para desenvolver a agricultura familiar e urbana e oferecendo treinamento em temas específicos para os agentes executores do Fome Zero nos planos nacional, estadual e municipal.

O segundo projeto permitirá que a produção agrícola do Nordeste tenha maior competitividade comercial, identificando as opções comerciais e as melhores estratégias de marketing para a região. Essa iniciativa deverá capacitar a população local, em especial mulheres e jovens, para a criação de serviços de apoio que servirão de elo entre os agricultores e os distribuidores dos produtos. A terceira parte do acordo de cooperação da FAO prevê ajuda à adaptação dos projetos que estão sendo executados atualmente no país com recursos internacionais, para aumentar a capacidade deles no combate à fome.

Na entrevista concedida à imprensa, Diouf afimou que, desde a época da transição do antigo governo para a gestão de Lula, a FAO foi convidada a participar dos esforços para a erradicação da fome no Brasil. Em dezembro passado, um grupo de trabalho composto por representantes da FAO, do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, reuniu-se com a equipe de transição para definir as formas de contribuição que tais instituições poderiam dar ao Fome Zero. Os projetos que integram o acordo são frutos desse trabalho. Segundo o diretor da FAO, a instituição tem 56 anos de experiência em técnicas agrícolas e distribuição de alimentos, com uma equipe de técnicos altamente especializados.

Jacques Diouf enfatizou na entrevista que a e a prioridade dada pelo governo Lula em combater a fome é inusitado em todo o mundo. “Isso não existe em país algum”, disse. Segundo ele, eliminar a fome é assegurar o mais importante dos direitos fundamentais do homem, o de se alimentar. O diretor da FAO acrescentou que o empenho do presidente Lula em enfrentar tal problema “lhe dá liderança não apenas no Brasil mas também em todo o cenário mundial”.

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