O acordo para o setor automotivo firmado com o México pelo Brasil inclui, além da implementação do livre comércio em veículos leves a partir de do ano que vem, um programa de ampliação tarifária para a movimentação de peças, lihojberação do comércio de carrocerias, reboques e outros produtos a partir de 2011 e a postergação para 2020 do livre comércio em caminhões.
Na avaliação da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o acordo com o México vai ampliar as exportações brasileiras. O vice-presidente executivo da entidade, José Augusto de Castro, explica que o Brasil vende, basicamente, carros de pequeno porte para o parceiro, que, por sua vez, exporta prioritariamente veículos médios e grandes para os Estados Unidos.
Nos últimos meses, os mexicanos também vinham pressionando para prorrogar o prazo do acordo, como fizeram, antes, os argentinos. O pleito era jogar o início do livre comércio em veículos para 2011, o que foi revertido durante negociação ao longo desta semana. Com os argentinos, depois de pelo menos dois adiamentos, o início do livre comércio, antes previsto para 2006, está confirmado para 2008.
"Não acredito no risco de postergação no acordo. Brasil e Argentina, aliás o Mercosul, têm de dar um sinal claro com relação ao livre comércio", disse à Agência Estado o secretário do Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Antonio Sérgio Martins Mello, citando que o ambiente no país vizinho é de grande entusiasmo com o crescimento do comércio. Hoje, os dois países fazem nova rodada de negociações no setor automotivo, para discutir detalhes, como regulamentos técnicos, integração e até a movimentação de veículos de colecionadores entre os dois países.
No caso mexicano, o motivo alegado para um eventual adiamento era o desequilíbrio das vendas de veículos entre os dois países. Enquanto o Brasil vinha exportando 200 mil veículos por dia, os produtos mexicanos comprados pelo País estavam numa faixa abaixo de 5 mil ano passado – de janeiro a outubro houve uma recuperação e as vendas do produto mexicano subiram para 17 mil unidades.
O Brasil conseguiu contornar a resistência e confirmar a entrada em vigência do acordo para o ano que vem. "Seria um retrocesso sem a liberalização em veículos", comentou Martins Mello. Não há uma projeção sobre os efeitos do acordo para livre comércio entre os países, mas o representante do Ministério assegura que haverá um aumento de exportações, tanto para o lado brasileiro quanto o mexicano.
