Ações sociais em sintonia com o mundo

Pelas ações de conteúdo social que vem desenvolvendo no Paraná, a Copel demonstra estar alinhada e em sintonia com o que praticam as principais organizações empresariais do planeta, no que diz respeito ao conceito das boas práticas corporativas e de empresa-cidadã.

Essa foi a conclusão a que chegou o presidente da estatal, Paulo Pimentel, ao final dos trabalhos da reunião de cúpula do Pacto Global realizada em junho de 2004 em Nova York, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), e pessoalmente presidida pelo secretário-geral da entidade, Kofi Annan.

Ao lado de dirigentes de empresas e entidades do mundo todo que já aderiram ao Pacto Global, Pimentel participou das avaliações dos primeiros quatro anos do movimento e das discussões visando a definição de estratégias para o futuro. “O desejo do secretário-geral da ONU, que idealizou e lidera o movimento, é ver o Pacto Global traduzido em realidade vigorosamente e no menor prazo possível”, relatou Pimentel.

O encontro de cúpula do Pacto Global das Nações Unidas reuniu líderes e executivos do alto comando de 400 corporações e organizações de diversos países as que mais se empenharam na aplicação e cumprimento dos princípios que regem o movimento.

Futuro

A avaliação do secretário-geral Kofi Annan sobre a trajetória do movimento não deixou margem a dúvidas quando ele advertiu que ninguém deve se acomodar por conta dos progressos já conquistados. “Nós, integrantes do Pacto Global, atuamos como parceiros para enfrentar e dar solução a desafios comuns, transformando nossas diferenças e tensões em ações estratégicas construtivas.” E completou: “Vocês têm mostrado que, mesmo em tempos de incertezas e medo, empresas, trabalhadores, sociedade civil e governos podem transpor barreiras e concretizar medidas visando ao bem comum. No entanto, nossa jornada está apenas começando”. O secretário-geral da ONU também saudou com entusiasmo o aval do mercado financeiro internacional, que em escala cada vez maior está reconhecendo, valorizando e recompensando as boas práticas corporativas.

Também por esse motivo, ao definir as estratégias futuras do Pacto Global, Kofi Annan recomendou a aproximação entre os diversos agentes sociais. “A burocratização precisa ser evitada, mas precisamos ouvir as idéias e propostas de todos os participantes para que o movimento seja efetivamente representativo”. O diplomata estabeleceu que em um ano, no máximo, seus assessores diretos entrem em contato com as 700 corporações e entidades que já aderiram com a missão de recolher impressões e sugestões que ajudem a estruturar e orientar as ações do Pacto Global no futuro.

Lula

O único chefe de Estado a participar da reunião de cúpula do Pacto foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, convidado a proferir palestra aos participantes. Disse o presidente: “Todos queremos um mundo mais justo, um mundo de paz e com mais oportunidades para todos, mas precisamos saber concretamente o que cada um de nós pode fazer para encontrar as melhores soluções”.

Lula foi especialmente enfático ao advogar ações destinadas a combater a fome flagelo que vitima cerca de 24 mil pessoas a cada dia e dá origem a uma série de outros males. “A subnutrição crônica prejudica o desenvolvimento físico e mental das crianças, gera doenças, debilita a capacidade de trabalho dos cidadãos, desorganiza as sociedades e impede o seu crescimento econômico”, detalhou o presidente. “A fome é conseqüência da pobreza mas, também, sua causa”, completou.

Lula mostrou-se orgulhoso por ver entre os signatários do Pacto Global representantes de diversas organizações do Brasil e aproveitou para destacar a consciência social cada vez maior entre os empresários do país. Ao final, dirigiu críticas ao protecionismo econômico e à política de subsídios comerciais, práticas que consomem anualmente 300 bilhões de dólares em todo o mundo: segundo o presidente brasileiro, além de promoverem “graves distorções e injustiças” de ordem social, os subsídios absorvem recursos que poderiam ser utilizados para ajudar a erradicar a pobreza e melhorar as condições de vida de muita gente.

Consciência mundial

Ao participar das atividades nos diversos grupos de trabalho multinacionais que foram organizados durante a reunião de cúpula do Pacto Global, o presidente da Copel pôde conhecer em detalhes muitos trabalhos desenvolvidos em outros países com foco na inclusão social e na redução das desigualdades. Por essa razão, manifestou-se otimista em relação ao futuro. “Parece que a humanidade finalmente começa a perceber que não pode haver nenhuma forma harmoniosa de convívio se o progresso não for para todos”, disse. “Sem solidariedade, sem mobilização e sem algum tipo de renúncia dos que têm mais, o mundo continuará a produzir mais pobreza do que riqueza e as pressões sociais, inevitáveis, tornarão impossível qualquer tipo de equilíbrio.”

Olhando a realidade paranaense, Paulo Pimentel mencionou as iniciativas implementadas na área da energia elétrica pelo governador Roberto Requião como “exemplos de boas práticas administrativas” em favor da inclusão social e promoção da cidadania. “Não há como negar o caráter solidário de um programa como o Luz Fraterna, que beneficia mais de 230 mil famílias paranaenses de baixa renda, franqueando-lhes o consumo mensal de 100 kWh de energia para que tenham um mínimo de conforto e segurança em casa.”

Princípios

O Pacto Global é uma iniciativa da Organização das Nações Unidas com o propósito de mobilizar em escala mundial as empresas e demais agentes para o desenvolvimento de ações que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável, com melhores condições e oportunidades de crescimento para todos os povos.

A base do movimento é a adesão e o compromisso formal das empresas e entidades em seguir princípios amplamente reconhecidos, como os inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, nos Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e na Declaração sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento aprovada na conferência Rio-92. Os nove princípios originais do Pacto Global impõem o respeito aos direitos humanos e o combate às suas violações, apoio à liberdade de associação e direito à negociação coletiva no trabalho, combate ao trabalho forçado, erradicação do trabalho infantil, eliminação de discriminações no ambiente de trabalho, adoção de posturas preventivas aos desafios ambientais, promoção da responsabilidade ambiental e incentivo a tecnologias que não agridam o meio ambiente. A adoção de mais um princípio, o décimo, foi aprovada durante a reunião de cúpula: ela prevê o combate à corrupção sob todas as suas formas e traduz o comprometimento dos signatários do Pacto Global com a transparência e a ética.

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