O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) pediu nesta terça-feira (28) que a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, explique os motivos que levam órgãos do governo e empresas de telefonia a anunciar na Play TV – ex-Rede 21. Segundo denúncia do jornal "Folha de S. Paulo", a empresa do Grupo Bandeirantes compartilha o faturamento líquido obtido com verbas do governo federal com a Gamecorp, da qual é sócio o filho do presidente Lula, Fábio Luiz Lula da Silva.
"Estamos cansados de, a cada dia, trazer duas, três, quatro denúncias. Lulinha já está condenado, todos aqui já sabem que ele participa da verba publicitária com a TV 21", afirmou o senador. ACM elogiou o juiz Régis Bonvicino, da 1ª Vara Cível do Fórum de Pinheiros que – segundo a matéria – recusou o pedido do advogado da Rede 21, Walter Vieira Ceneviva, para que o contrato favorecendo a Gamecorp fosse mantido em sigilo. "É uma lição e um alerta ao próprio governo", defendeu.
"O juiz tem razão", apoiou ACM. "Convém mesmo que esses contratos, inclusive os anteriores celebrados com a Telemar sejam conhecidos, para que fique claro como foi possível ao filho do presidente, em menos de dois anos, levar sua firma medíocre, com capital de R$ 10 mil, inicialmente à condição de sócia de uma concessionária pública de telefone, com um aporte de R$ 10 milhões, 520 vezes superior ao seu capital." O senador lembrou que a Gamecorp tornou-se sócia de uma emissora de TV, "com um acordo que a torna beneficiária direta de recursos vindos de patrocinadores governamentais". "É o governo que está dando dinheiro para a empresa que é sócia de Lula Filho na TV do canal 21", acusou.
O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o governo não tem nada a esconder nessa questão. Segundo ele, "existem critérios para diversas televisões, inclusive para a Rede 21". Segundo ACM, os critérios são falsos. "Porque só faz isso para as empresas ligadas ao PT, que vivem das empresas do PT", acusou citando a revista Carta Capital.