O deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) disse, nesta sexta-feira, em Campos do Jordão, no Vale do Paraíba (SP), que ainda não é o momento de convocar o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para depor à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. ACM Neto participou hoje do 2.º Congresso Internacional de Derivativos e Mercado Financeiro.

continua após a publicidade

"Ainda é cedo", afirmou. Ele prosseguiu: "É preciso que se recolham mais dados. É preciso ouvir, talvez, pessoas que tenham papel secundário, assessores do ministro, que falaram com Buratti (Rogério Tadeu Buratti, ex-secretário de Governo da prefeitura de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo), para aí então, a CPI dos Bingos formar um convencimento da conveniência e oportunidade de chamar o ministro", afirmou.

ACM Neto disse ainda que a ida de Palocci à CPI não seria o "fim do mundo". "Se a saída dele do ministério não seria o fim do mundo, imagina a ida dele à CPI", afirmou. ACM Neto observou que o Palocci é seguro e que deu demonstração disso na entrevista coletiva, domingo.

O deputado do PFL da Bahia acrescentou que a oposição não tem interesse em desestabilizar o ministro da Fazenda. Mas, se "a investigação tiver de chegar nele, que chegue", disse.

continua após a publicidade

Sigilo

ACM Neto afirmou que entrará com um pedido para a quebra do sigilo bancário de todos os fundos de pensão, caso a Secretaria de Previdência Complementar não apresente os documentos exigidos em requerimento ao Ministério da Previdência sobre as compras de títulos públicos pós-fixados feitas pelas entidades nos últimos dois anos.

continua após a publicidade

Segundo o deputado do PFL, esses documentos poderiam ter sido disponibilizados em um dia, mas se passaram cerca de 20 dias.

"A semana que vem será decisiva para julgar o comportamento da Secretaria de Previdência Complementar. Se, até o final da semana, os dados forem encaminhados, nos daremos por satisfeitos. Se não forem encaminhados, nós teremos de tomar uma providência mais drástica", afirmou.

"Não quero fazer prejulgamento; vamos dar uma semana. Senão, teremos de tomar atitude mais drástica", disse. "Quando solicitamos à SPC o encaminhamento sobre as transações com títulos pósfixados, foi para evitar a quebra irrestrita do sigilo bancário de todos os fundos; acho que seria uma decisão extremada; não poderíamos fazer isso", afirmou.

"A gente tem primeiro de detectar irregularidades, quais são os fundos sobre os quais pairam suspeitas e, então, definir quais serão, realmente, investigados. Temos esse trunfo; a gente não quer usar, mas, se for preciso, nós vamos usar", declarou.

"Já quebramos nessa semana o sigilo nas operações com o BMG e o Banco Rural. Se for preciso ampliar esse leque de quebras, vamos ampliar; inclusive, estamos preparando na semana que vem, já tenho até a lista de uma série de requerimentos que serão apresentados, focando nas investigações dos fundos de pensão", acentuou.