O senador Antonio Carlos Magalhães (PPL-BA) fez nesta terça-feira (24) um apelo aos ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para que expliquem a ligação do filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luiz da Silva (o Lulinha), com a operadora de telefonia fixa Telemar antes da eleição de domingo. ACM lembrou que a empresa repassou R$ 15 milhões para a empresa de Lulinha, a Gamecorp, e de seu sócio Kalil Bittar.
A oposição suspeita de que parte do dinheiro da Telemar para a Gamecorp cobriu o suposto trabalho de lobby feito pelo filho do presidente em favor da concessionária pública. "Pede-se apenas que se diga se essa empresa (Telemar) recebeu dinheiro do BNDES, se a Telemar deu esse dinheiro e se, além da Gamecorp, o Lulinha é um homem de mais de R$ 100 milhões, com apenas 31 anos", disse o senador, em discurso na tribuna.
MP
Para o PSDB, a investigação deve ser mais abrangente e não se limitar às justificativas do governo. O líder Arthur Virgílio (AM) reiterou que o partido vai pedir ao Ministério Público que investigue a suspeita de tráfico de influência entre o filho do presidente e a Telemar "depois das eleições". Segundo ele, a espera mostra que não se trata de uma questão eleitoreira mas, sim, a de elucidar "um fato que precisa ser desmentido com muita clareza".
"Alguém recebendo R$ 600 de um jardim zoológico, passa a acumular uma pequena ou grande fortuna a partir do acordo que fez", afirmou o líder no plenário, referindo-se ao salário que Lulinha recebia como monitor do zoológico de São Paulo antes de seu pai assumir a Presidência.
Em seu discurso, ACM disse que o pedido de explicações ao governo atende à orientação do próprio presidente Lula, que é a de subordinar seu filho às normas da Constituição brasileira. "Estou exigindo que o governo traga os esclarecimentos indispensáveis para o Congresso a respeito do enriquecimento pela Telemar do Lulinha", defendeu. "Não quero ver o Lulinha aqui esmagado. Quero que ele explique como pegou o dinheiro." Ele lembrou que vem cobrando explicações há muito tempo e nem sequer receber uma "aparte convincente" de aliados do governo com os devidos esclarecimentos.