A aceleração no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) na segunda prévia de março (0,24%) em relação aos resultados apurados na segunda parcial de fevereiro (0,13%) e na primeira prévia deste mês (0,19%) é "um movimento que tende a se esgotar". A avaliação é do coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, que argumenta que "os principais fatores explicativos (da aceleração no índice) são localizados e passageiros".

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A alta no IGP-M pode ser explicada pele elevação no Índice de Preços por Atacado (IPA) no segundo decêndio de março (0,22%, ante 0,02% em igual período de fevereiro e 0,14% no primeiro decêndio de março) que, por sua vez, segundo explica Quadros, refletiu especialmente o que ele chamou de "choque avícola". Os reajustes, no atacado, nos preços dos ovos (14,41%) e das aves (8,61%) foram os principais fatores de pressão para o IPA, que tem peso de 60% no cálculo do IGP-M.

O economista explica que os aumentos nos preços dos ovos são sazonais no primeiro trimestre do ano, quando o clima desfavorável provoca um choque de oferta. "É um reajuste claramente sazonal e está dentro do padrão", disse. No caso das aves, ele ressalta que as elevações na cotação refletem a alta do milho no mercado internacional, que provocou um choque de custo para os produtores. Como a Rússia reverteu recentemente o embargo às aves brasileiras, elevando a demanda externa para esses produtos, os criadores puderam repassar o aumento do milho.

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