Acatada denúncia contra cinco executivos do Banco Rural

Belo Horizonte (AE) – O juiz da 4.ª Vara Federal de Belo Horizonte, Jorge Gustavo de Macedo Costa, acatou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e instaurou uma ação penal contra cinco executivos do Banco Rural e um ex-diretor da instituição financeira. Os acusados responderão por crime de gestão fraudulenta e formação de quadrilha. De acordo com a Procuradoria da República em Minas Gerais, a acusação formal foi acatada "nos exatos termos do pedido do Ministério Público".

Foram denunciados o vice-presidente do banco, José Roberto Salgado, e os executivos Vinícius Samarane, Francisco de Assis Morais Pinto Coelho, Cláudio Eustáquio da Silva e Ronaldo dos Santos Corrêa.

O ex-diretor de Câmbio da instituição Danton Alencar também figura como réu no processo. O MPF denunciou ainda o ex-funcionário do Rural Odilon Cândido Barcelos pelo crime de formação de quadrilha. Barcelos foi identificado como o "aliciador de laranjas", usados para um suposto esquema de evasão de divisas.

Na denúncia – recebida na noite de ontem (12) pelo juiz -, os procuradores da República identificaram, no período de abril de 1996 e janeiro de 2000, um total de US$ 4,8 bilhões enviados para o exterior por meio de contas CC-5.

Conforme o procurador Rodrigo Leite Prado, um dos autores da ação, deste montante, pelo menos US$ 192 milhões foram enviados por meio de "laranjas" a título de constituição de disponibilidade no exterior e teriam origem ilícita, de acordo com análise pericial feita pela Polícia Federal (PF). Outras irregularidades financeiras também foram apontadas.

Os acusados estão sujeitos a penas de três a oito anos de reclusão e multa de até 18 mil salários mínimos pelo crime de gestão fraudulenta e de um a três anos de prisão por formação de quadrilha.

Estranheza – A empresa divulgou uma nota afirmando que "causa estranheza o fato de o Ministério Público Federal alardear a toda a imprensa acerca de processo que tramita em segredo de Justiça, o que será objeto de ação judicial competente, visando salvaguardar direitos".

O Banco Rural informou ainda que "sempre pautou suas ações na legalidade, confia em seus diretores, tem certeza de que eles não praticaram qualquer ilícito e vê neste processo a oportunidade de, mais uma vez, comprovar a licitude de todas as suas operações".

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