Ação prende diretor de empresa de Eunício

Hoje, ao prender o diretor-administrativo da Confederal Vigilância e Transportes de Valores, Ênio Brião Bragança, a Operação Sentinela, da Polícia Federal (PF), atingiu o principal executivo da empresa que pertence ao ministro das Comunicações, Eunício de Oliveira.

A prisão é um constrangimento também para o embaixador do Brasil em Portugal, o ex-deputado Paes de Andrade (PMDB-CE), pai de Mônica, mulher e única sócia de Oliveira na Confederal Vigilância e Transportes.

O ministro das Comunicações e Andrade são dois caciques do partido que defendem a permanência da legenda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Oliveira e o embaixador do Brasil em Portugal pretendiam defender esta posição na convenção da sigla, marcada para o dia 12.

Com pouco mais de 20 anos de atuação, a Confederal Vigilância é uma das cinco maiores companhias de segurança e transporte de valores do País. Tem 4 mil funcionários e cresceu à sombra do setor público, principalmente, em Brasília, onde um só grupo econômico dominava o setor. O mercado para este tipo de serviço na capital federal é dividido entre quatro empresas, duas delas – a Confederal e a Manchester – pertencem ao ministro e a Mônica.

Antes de comprar a Confederal do empresário José Ferreira Pedrosa Filho, Oliveira trabalhava na empresa Dinâmica, do mesmo empresário, que é pai da deputada distrital Eliana Pedrosa (PMDB). Ao entrar neste ramo, o ministro resolveu especializar a Confederal em proteção pessoal e de autoridades, contabilidade e transporte de valores.

Para tratar dos serviços de limpeza e conservação e participar das licitações públicas, Oliveira e a mulher dele abriram a Manchester, que hoje faz parte do conglomerado, mas que ainda não foi atingida pela Operação Sentinela. A Manchester administra o sistema de tíquete-alimentação dos funcionários da Confederal.

O Ministério das Comunicações, por meio da assessoria, divulgou uma nota, em nome de Oliveira, informando que ele está afastado da direção da Confederal desde 30 de novembro de 1998, quando passou a se dedicar à política.

O afastamento, segundo o comunicado, está registrado na Junta Comercial do Distrito Federal, sob a forma da 13.ª alteração do contrato social da firma. O documento diz ainda que o ministro "não sabia, nem deveria saber" da Operação Sentinela, executada pela PF, que investiga fraudes em concorrências públicas.

A comunicação informa também que Oliveira está "confiante na transparência de todo esse processo e certo de que eventuais irregularidades virão à luz, caso tenham ocorrido", e que ele "segue sua rotina normal de trabalho".

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