Brasília – Depois de três dias, chegou ao fim a rebelião dos presos da Penitenciária Urso Panda, em Porto Velho, capital de Rondônia. Foram liberados 37 reféns, entre eles quatro crianças, rendidos no domingo (8) à tarde, durante o horário de visita. No início, eram 46 reféns, todos parentes dos detentos, mas nove já haviam sido liberados ontem (10). Durante o motim, um preso ficou ferido.
A rebelião acabou sem acordo entre as autoridades locais e os presos, segundo o tenente Marcos Freire, encarregado da negociação por parte da Polícia Militar. Os detentos pediam a substituição da diretoria do presídio e o retorno de quatro detentos que haviam sido transferidos para a penitenciária do município de Rolim de Moura, a cerca de 600 quilômetros da capital do estado.
?As solicitações que eles fizeram não foram atendidas, [a rebelião] acabou em virtude do desgaste, os presos estavam debilitados, há três dias sem comer, e acharam por bem que não havia motivo para continuar esse movimento?, disse o tenente, em entrevista por telefone à Agência Brasil. Durante a rebelião, também foram cortadas a energia e a água da penitenciária.
De acordo com Marcos Freire, na segunda-feira (9) à tarde um preso teve um dos dedos cortado pelos próprios colegas. ?Tiraram o dedo indicador da mão direita e jogaram para mim, como uma forma coercitiva de fazer com que as reivindicações fossem atendidas?.
Após o motim, policiais da Companhia de Operações Especiais fizeram uma varredura no presídio e constataram que 15 celas foram danificadas.
Segundo Freire, os presos também começaram a cavar um poço na quadra de esportes, na tentativa de encontrar água.
Segundo o tenente, o Urso Panda não enfrenta o problema da superlotação; há 320 vagas e 240 presos. Marcos Freire disse ainda este ano ocorreram pelo menos outras três rebeliões na penitenciária. ?Essa é a quarta, só que eu me lembre?, disse.
