Abstenção no referendo é recorde

No referendo deste domingo, foi batido o recorde dos últimos tempos de abstenções em votações. O porcentual médio das eleições mais recentes foi de 14%. Mas, às 22h30 de hoje, com 97,45% dos votos apurados, o índice de abstenção era de 21,65%. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Velloso, disse que esperava isso. "Abstenção em torno de 20% não é muito em se tratando de referendo", afirmou.

Velloso observou que os eleitores se envolvem mais quando estão em disputa cargos eletivos nos Poderes Legislativo e Executivo. "Quando há partidos e candidatos, entusiasma-se mais. No caso do referendo, temos uma causa", disse.

O presidente do TSE admitiu que não esperava uma diferença tão grande de votos entre as opções ‘Não’ e ‘Sim’. "Não imaginava essa diferença larga", afirmou. Ele disse, no entanto, que antes de ver os números da apuração não sabia qual opção sairia vitoriosa.

Velloso afirmou que a Justiça Eleitoral enfrentou problemas para realizar o referendo, com as dificuldades decorrentes da seca na região Amazônica. No povoado de Urucurazinho, no Amazonas, o referendo foi cancelado porque não houve meios de a urna chegar ao lugar.

No Mato Grosso do Sul, uma ponte caiu, mas o Exército providenciou a construção de uma outra em menos de 24 horas. Por causa da dificuldade de acesso em trechos da Amazônia, algumas urnas deverão ser recolhidas apenas amanhã (24) e o resultado final e oficial do referendo deve sair apenas amanhã.

O presidente do TSE disse que é um adepto dos referendos e que esse tipo de consulta deveria ser feito a cada quatro anos junto com as eleições municipais. O atual referendo custou cerca de R$ 250 milhões. Mas uma eventual consulta junto com a eleição municipal não teria custo extra. Um dos temas para referendo, na opinião dele, seria a liberação ou não da interrupção de gestações de fetos com anencefalia. O tema está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF).

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