As medidas de estímulo à produção industrial apresentadas hoje pelo governo serão inócuas, dados os parâmetros de câmbio e juros no País, hoje, na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Albert Neto. “Tem de mexer no câmbio. É preciso baixar a taxa de juros. Sem isso, as medidas são inócuas”, afirmou, ao sair da cerimônia de lançamento do plano Brasil Maior, no Palácio do Planalto.
Para ele, as medidas seriam mais eficazes caso as condições de temperatura e pressão estivessem normais. “Mas nossa defesa comercial está fraca e estamos vivendo uma guerra de mercados”, analisou. Segundo ele essa batalha se dá por conta da necessidade de sobrevivência do setor em todo o mundo. “Queremos isonomia, queremos armas iguais”, defendeu.
De qualquer forma, o presidente da Abimaq avaliou como positiva a atenção que o governo decidiu destinar ao setor. “É a primeira vez que vejo a presidente Dilma reconhecer que a indústria está precisando de defesa comercial, em função do dólar. Este é um ótimo reconhecimento”, disse.
Fiesp
O conjunto de medidas anunciadas hoje para estimular a indústria brasileira é importante, mas é preciso assegurar que elas sairão do papel e como sairão. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, feita durante sua saída da cerimônia de lançamento do plano Brasil Maior. “As medidas são boas. O que precisamos é de tempo para que demonstrem que são para valer”, afirmou Skaf
Para o presidente da Fiesp, a indústria estava desconfiada do pacote, porque as informações que chegavam ao setor eram de que as medidas seriam muito “acanhadas”. “Mas a presidente se sensibilizou e o pacote é bom. Mas como pacote inicial”, enfatizou.
Skaf disse que gostaria de ver, por exemplo, redução do preço da energia, considerado pelo empresário um custo muito elevado para o setor produtivo. Ele também diz que gostaria de ver a implantação de medidas citadas pela presidente Dilma Rousseff para a defesa comercial, como o combate à pirataria, práticas antidumping e subfaturamento. “Com certeza o próximo passo do governo é estender as medidas de desoneração anunciadas para uns setores hoje, aos demais setores”, completou.