A Associação Brasileira da Infra-estrutura e da Indústria de Base (Abdib) diz em nota oficial que "a timidez do Conselho de Política Monetária (Copom) caminha na contramão da ousadia que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pede ao setor produtivo. O conselho reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em apenas 0,25 ponto percentual. O indicador caiu de 13,25% ao ano para 13% ao ano". Segundo o presidente da entidade, Paulo Godoy, "tem alguma coisa errada, porque o PAC pede para o setor produtivo acelerar, mas Copom pede para frear".
A Abdib entende ser fundamental para o crescimento dos investimentos que "haja cortes suficientes para que, no fim do ano, o juro nominal esteja abaixo de 8% ao ano. As reduções mais expressivas são importantes para romper o círculo vicioso estabelecido, onde a tendência de reduções pequenas nos juros contamina a perspectiva do mercado financeiro, expressa na Pesquisa Focus e assumida pelo governo no PAC".
Para a Abdib, o Copom precisa reverter essa tendência pessimista. "A perspectiva de 2010 precisa ser antecipada já para 2007", avalia Godoy. A entidade lembra que, para isso, é fundamental o esforço do governo para reduzir os gastos públicos com o objetivo de transformar o atual déficit nominal (conta cujo resultado final inclui os pagamentos externos) em superávit. Hoje, o resultado nominal federal é negativo em 1,9% do PIB. No PAC, o governo prevê melhoria nesse indicador, atingindo um resultado nominal negativo de 0,2% do PIB.
Paulo Godoy entende que "a decisão de investimento é conseqüência de um ambiente positivo de negócios, que inclui regras claras e estáveis, perspectiva de crescimento, carga tributária e juros menores, entre outros aspectos. Com juros desnecessariamente altos, o resultado esperado com as desonerações tributárias e com os planos de investimentos traçados pelo governo no PAC serão prejudicados", afirmou. "Há condições macroeconômicas para a taxa de juros ser reduzida de forma mais significativa este ano e, assim, influenciar positivamente o mercado e o setor produtivo".