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Técnicos do setor de energia elétrica e analistas de comportamento do mercado tiveram sua atenção voltada para as condições de operação do sistema de produção e distribuição de energia elétrica no Brasil. A preocupação teve origem no blecaute que atingiu grande extensão dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo no primeiro dia do ano.

Análise preliminar indicou que a repetição do blecaute, que tantos problemas causou à população da região Sudeste em época recente, pode ter sua causa na ausência de investimentos no setor.

Não foi outra a opinião do físico Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás, para quem é clara a necessidade de aumentar o desembolso de recursos para a manutenção dos sistemas de informação e equipamento de Furnas, responsável pelo fornecimento de energia à região. O alerta feito pelo renomado técnico é pertinente, de vez que debitou-se o apagão do início do ano a uma falha eventual na operação da subestação de Cachoeira Paulista (SP), donde a energia em alta tensão é transmitida para Adrianópolis (RJ).

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Apesar dos comunicados oficiais oriundos do governo, a opinião pública não esconde sua apreensão ante a iminência de novos apagões, tendo em vista a coincidência na formulação das críticas por parte de várias instituições. Por exemplo, o Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE) alertou que a causa do blecaute pode ter sido a falta de investimentos em manutenção e monitoramento das subestações pelas quais passa a energia que transita pelo Sistema Interligado Nacional.

Nesse particular, a advertência de Luiz Pinguelli Rosa deve ser levada em consideração por sua relevância: "Furnas vendeu energia de graça no leilão e isso deve influenciar investimentos futuros". É óbvio, até para leigos no assunto, que a falta de investimentos permanentes para garantir a excelência da operação do sistema de produção e distribuição de energia constitui fator de inquietação para todos os que se julgam ameaçados por repentino corte no fornecimento de eletricidade, quando mais se precisa dela.

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Os reservatórios das principais usinas geradoras do Sudeste e Centro-Oeste estão com água acima de sua capacidade, não havendo problemas com as usinas das regiões Sul e Nordeste, apesar dos períodos secos. Isso garante oferta suficiente de energia. Não obstante, esse precioso bem somente chegará ao consumidor final se não houver empecilhos no percurso.