A sobrevida do ministro Antônio Palocci no governo está garantida e isso é o quanto basta. O mercado internacional ficou plenamente satisfeito com o depoimento do ministro na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, mostrando-se seguro de sua continuidade à frente da economia brasileira.
O recado veio cristalino de Nova York, mediante a fala de Ricardo Amorim, divulgada ontem pelo site da BBC de Londres. Amorim é chefe de análises econômicas e recomendações de investimentos na América Latina do Banco West LB. Ninguém melhor, portanto, para avaliar na medida exata o peso atribuído ao ministro brasileiro da economia, pelos centros nervosos de Wall Street e adjacências.
Aliás, o termo usado por Ricardo Amorim para enquadrar a situação de Palocci não poderia ser mais sintomático: o ministro obteve a garantia de sobrevida no governo Lula, embora não se subestime a fadiga originada pelas denúncias de corrupção na Prefeitura de Ribeirão Preto.
Talvez a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) tenha colocado o dedo na ferida, ao reiterar que confia apenas na capacidade de Palocci como médico, mas não como gestor da economia.
Como sobrevida é, em essência, questão relacionada à medicina, não será impertinência esperar do ministro a utilização desse período na prescrição da receita certa ao gigante paralisado por invasivo ataque de germes que corroem o tecido moral e cívico…