O futebol brasileiro já tem protagonistas demais fora dos gramados. Dirigentes, empresários, jornalistas e os famigerados procuradores mais atrapalham que ajudam os jogadores e os torcedores, estes os que realmente interessam para o crescimento do esporte. Agora, surge um novo personagem: o vendedor de cerveja.
Uma decisão conjunta entre Justiça e Confederação Brasileira de Futebol (CBF) baniu bebidas alcoólicas dos estádios de futebol nos campeonatos brasileiros das séries A (a primeira divisão) e B (a ?segundona?). A medida gerou grande polêmica, e revendedores chegaram a conseguir liminar para vender cerveja nos estádios na primeira rodada da série A, que aconteceu no último domingo.
Quem brigou muito foram os vendedores de Curitiba, que entraram na Justiça e tiveram a permissão concedida via liminar na noite de sexta-feira, mas o próprio Coritiba (que teria que liberar a venda no seu jogo contra o Palmeiras) conseguiu a cassação do pedido para evitar sanções da CBF.
No meio deste fogo cruzado está o torcedor. A intenção da CBF em proibir as bebidas alcoólicas nos estádios era a de tentar inibir as brigas que tanto afastam mulheres e crianças dos campos. Pode-se dizer que é uma medida paliativa, pois não ataca o cerne do problema, a ação de vândalos dentro das torcidas. Estes, como não são identificados (e às vezes são incentivados pelos dirigentes), seguem soltos e praticando atos inomináveis nos estádios e fora deles.
Não é a falta de cerveja que impedirá bandidos de cometerem crimes. Eles marcam badernas por sites de relacionamento, vivem como se estivessem naquele filme Clube da Luta. Bêbados ou não, vão brigar.
Já para o torcedor que gostava de tomar uma cerveja durante o jogo, as opções são simples: ou vai aos bares com televisões transmitindo jogos ou opta por ficar em casa, gastando um bom dinheiro com o pacote pay-per-view da TV a cabo.
A CBF ficará bem mais feliz com isso, pois prefere alguns cobres a mais no bolso do que belas festas nas arquibancadas.
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