Este fragmento, extraído do livro “Kafka de Crumb”, faz um panorama simples e veloz do começo da vida daquele que é um dos maiores e mais originais escritores do século XX: Franz Kafka. A peça, dirigida por Edson Bueno, integra a mostra Fringe do Festival de Curitiba.
Autor de verdadeiras obras-primas conhecidíssimas como “O Processo”, “A Metamorfose”, “O Castelo”, “Na Colônia Penal” e “Carta ao Pai”, Kafka teve uma vida confusa, dolorosa e intensa, intelectualmente falando.
Seus escritos relataram de forma expressionista, mas de precisão cruelmente cirúrgica, a condição humana diante da autoridade superior inatingível, fosse ela representada pelo governo, pela burocracia, pelo patrão, pelo policial, pela figura paterna ou até mesmo pelos fantasmas habitantes da vida interior.
Nem mesmo se sentiu pertencente à sua família. Seu pai, comerciante severíssimo e imponente, sempre mandou na casa com uma autoridade nada sutil. Em seu livro “Carta ao Pai”, Kafka faz um testemunho pungente de sua relação com ele. Seu pai passou à história como mais um dos personagens do escritor, como uma espécie de personificação macabra de tudo o que, já na juventude, assombrava Franz Kafka : o poder, o castigo e a morte. A vida, segundo a literatura de Kafka, é uma eterna incompreensão e o mundo, uma insensatez.
Como teria sido a infância de Franz Kafka? Como poderia ter sido? Ou melhor, como poderia ter sido uma infância de um Franz Kafka? É desta brincadeira macabra que nasce o espetáculo: a de transformar o mais famoso escritor do século XX num personagem dele mesmo e jogar com suas palavras, seu tempo, suas ideias e obsessões.
Serviço:
Teuni
Teatro da UFPR
Praça Santos Andrade, s/n
Dias: 19 e 27 às 23 h, 20 às 14h, 21, 24 e 26 às 20h e 25 às 17h