Domingo foi o primeiro dia da campanha eleitoral de 2008. Desde a manhã, aproveitando o dia de sol, candidatos a prefeito e a vereador tomaram as ruas e parques de Curitiba e de todas as cidades do Estado para mostrar-se e mostrar serviço. Na capital paranaense, os ?prefeituráveis? tiveram um programa extra: participar do primeiro debate da campanha, no salão paroquial da Igreja do Barreirinha. Todos foram, incluindo Marinete Silva (PRTB), que ontem foi afastada pelo partido e (até segunda ordem) não será mais candidata.

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Um encontro de nove candidatos a prefeito de Curitiba, por si só, seria um grande evento. E a mídia se deslocou toda para o bairro do Barreirinha para acompanhar as primeiras tertúlias de Beto Richa (o atual prefeito, do PSDB), Gleisi Hoffmann (PT), Fábio Camargo (PTB), Carlos Moreira (PMDB), Ricardo Gomyde (PCdoB), Maurício Furtado (PV), Bruno Meirinho (PSOL) e Lauro Rodrigues (PTdoB) além de Marinete Silva, claro.

Interessante desta história é ver que nenhum órgão de mídia, principalmente emissoras de rádio e TV, teve a primazia de receber todos os candidatos em um debate, enquanto a paróquia do Barreirinha foi corajosa e ousada para iniciar a campanha. Fruto da iniciativa do padre Leocádio, que às vezes ainda é perseguido por conta de sua ?rádio Corneta?, uma espécie de rádio comunitária que funcionava no bairro curitibano, mas que teve a atitude que os dirigentes das empresas de televisão e de rádio não tiveram.

Como exemplo: em Porto Alegre, logo no primeiro dia de campanha, a Rádio Gaúcha apresentou um debate com sete dos nove candidatos à Prefeitura da capital, começando às 22h30 e terminando na madrugada de segunda. A eleição virou, logo no primeiro dia, o principal assunto no Rio Grande do Sul.

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Aqui é o contrário. A festa democrática começou tímida, e seria pior caso o padre Leocádio não tomasse o lugar da imprensa e promovesse o debate. Mas, sem atrativos, os cabos eleitorais foram mais presentes que os eleitores comuns, o que gerou uma incrível situação: cada assessoria festejou a vitória de seu candidato. Quando todos ganham, perde o público.