É realmente alarmante e preocupante a proliferação de cursinhos que se dedicam a criar um batalhão de pessoas “cultas”, “preparadas”, em cursos de fim de semana ou sequer de exigência do candidato fisicamente a estes estabelecimentos ditos de ensino.
É realmente o negócio do momento.
No caso de Direito principalmente já há muito advogado (400 Faculdades no Brasil); sendo que só no Estado do Paraná são “forjados” 4.000 por ano. Este Curso é um verdadeiro filão para as faculdades, pois, lucram muito e gastam pouco.
Contratam advogados, promotores de Justiça e desembargadores que fazem do Magistério “um bico”, esquecendo-se de que não é porque o cidadão conhece um pouco da matéria que pode automaticamente ser transformado em professor. Assim, forma-se a relação: um finge que ensina e o outro que aprende.
Estamos assim diante do meganegócio que é a Educação no Brasil. Desvirtua-se o perfil da profissão, surgindo os maus profissionais. O exemplo é o massacre que sofrem os candidatos que prestam exames na Ordem dos Advogados do Brasil onde são reprovados 71,8%.
Assim é preciso evitar a proliferação dos “pós”; doutores, mestres, etc. que sequer conseguem ser aprovados para exercer a própria profissão escolhida.
O número é astronômico – 90 bilhões de reais a educação movimenta por ano no Brasil, ou seja, 9% do PIB brasileiro. Tal expansão indiscriminada por óbvio que prova a má qualidade do ensino a ser gerado. Tornou-se um mercado persa; um “negócio” de profissionais ávidos pelo vil metal; com ingresso alienígena maciço no ramo procurando novos nichos de expressão.
Recentemente, uma empresa que fabrica máquinas para o ramo de panificadores em Curitiba ofereceu vinte vagas para vendedores; para surpresa geral 12 engenheiros, 17 advogados e até dois farmacêuticos se apresentaram como candidatos.
Não bastasse tal proliferação de cursinhos de pós-graduação criam-se cursos à distância como promessa de revolução no ensino. Pobres candidatos, pobres pais, pobre sociedade brasileira.
O Brasil não pode se dar a este luxo e desperdício usando meios inidôneos para atingir objetivos tido como altruísticos.
Criar um filho não é proeza fácil no Brasil, imaginemos o que representa querer incitar a população a submeter-se a exigência de um “cursinho” de pós-graduação. A verdadeira busca deve ser a de trocar mais um simples diploma por competência.
Francisco Vercesi Sobrinho, é procurador de Justiça.