Nada de novo no front dominado pela soberania absoluta da política tributária do governo federal. O ministro Guido Mantega, que aos poucos mostra a que veio, depois do reforço de sua posição na Esplanada pelas declarações explícitas do presidente Lula, reafirmou que não há intenção de dispensar parte da arrecadação tributária a estados e municípios.

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Assim, a repartição do bolo tributário não sofrerá mudanças de vulto, ou melhor, nenhuma mudança na próxima administração, obrigando-se os gestores estaduais e municipais a se contentar com as quotas atuais. O ministro da Fazenda, aliás, valeu-se do mesmo argumento dos que pleiteiam aumento da repartição, ao afiançar que o governo federal enfrenta dificuldades financeiras iguais ou piores.

Quando o ministro Tarso Genro proclamou o fim da era Palocci e foi desautorizado em público pelo presidente, talvez, de maneira inconsciente estivesse antecipando um juízo de valor: o início da era Mantega. Na verdade, conselheiro pessoal de Lula para assuntos de economia, formulador das linhas mestras da proposta para o setor na campanha de 2002, Mantega acabou assumindo o Ministério do Planejamento. Com o afastamento compulsório do ministro Antônio Palocci, foi deslocado para a Fazenda.

Tudo leva a crer, até pela intensidade dos ruídos quanto à indicação do novo ministério, que o economista Guido Mantega venha a ser mantido exatamente onde está, pois se existe setor em que o presidente Lula pretenda introduzir mudanças, certamente, este não é o Ministério da Fazenda. O raciocínio, por extensão, abrange toda a área econômica do governo, sobretudo o Banco Central, cuja presidência ficará com Henrique Meirelles, interlocutor privilegiado de organismos financeiros globalizados.

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Os governadores que assumem estão aflitos com a penúria econômica de seus estados, e a primeira a clamar por socorro foi Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul. Haverá choro e ranger de dentes, segundo a expressão do evangelho, nos palácios e prefeituras de todos os cantos do país. Rezemos para que, pela enésima vez, os contribuintes não sejam convocados a pagar a conta.