Todo mundo quer ?tirar uma casquinha? de Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente teve rápida passagem por Curitiba, com o objetivo principal de lançar o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) para a safra 2008/2009. Mas, para candidatos e governantes, era a chance de aparecer ao lado de Lula, que é hoje o maior cabo eleitoral possível para um postulante a prefeituras ou câmaras de vereadores.

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Ele logo mostrou para quem estão seus olhos. Em um jantar na casa do apresentador e empresário de televisão Carlos Massa, o Ratinho, Lula teve como principal interesse saber como anda a caminhada de Gleisi Hoffmann, candidata do PT à Prefeitura de Curitiba. Mas, político como ele só, não deixou de distribuir sorrisos para o prefeito Beto Richa, ele deve ler pesquisas e sabe, certamente, que o tucano é favorito para a reeleição.

Quem esperava mais do presidente e não teve foi o governador do Estado, Roberto Requião (PMDB). Preparou um regabofe na Granja do Cangüiri, reuniu seus áulicos e esperou graciosamente por Lula. Mas ele preferiu a conversa com Ratinho e Gleisi, e para o governador ficou apenas a chance de conversar com o presidente no café da manhã no hotel.

Por mais que a luta para aparecer ao lado do presidente fosse ferrenha, o mais importante estava no discurso de Lula. A agricultura – seja ela a do pequeno produtor, do médio ou da agroindústria – terá reforço de caixa, melhora no crédito e apoio oficial para que tenhamos uma grande safra em 2008/2009. Tirando certa grandiloqüência do presidente ao falar que o Brasil tem que ser responsável por minorar a crise dos alimentos (?Quando o mundo quiser comer temos que dizer: venha comprar que o Brasil tem para vender?, disse), o certo é que os incentivos farão brutal diferença no campo, que pode viver novo ciclo de euforia.

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E o presidente sabe – e o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que é radicado no Paraná, também – que não serão somente os alimentos as peças fundamentais do PAP. São os biocombustíveis que definirão muitos dos caminhos do desenvolvimento brasileiro. Com eles fortes no mercado internacional, o Brasil será um ?player? importante nocenário mundial.