O deputado Valdir Rossoni (PSDB), líder da bancada de oposição na Assembléia Legislativa, conforme informou ontem O Estado do Paraná, está organizando a ida de um grupo de parlamentares a Assunção, com o objetivo de reunir dados para comprovar as denúncias veiculadas pela revista semanal IstoÉ, sobre a participação de integrantes do governo estadual na campanha do ex-bispo católico Fernando Lugo, pela presidência do Paraguai.
Segundo rumores que já circulavam em Curitiba, a coordenação do departamento de marketing do ex-bispo teria sido confiada ao secretário da Comunicação Social do Paraná, Airton Pisseti. Há informações de que o secretário tem se deslocado com certa freqüência à capital paraguaia, a fim de atender solicitações de seu mais novo cliente.
Comenta-se, ainda, que os recursos para financiar a operação teriam origem em Caracas, com a intervenção de um coronel venezuelano, que, dizem as más línguas, vai ao Olimpo toda vez que é chamado de ?comandante?. A real função do militar, segundo a revista, é trazer dinheiro da Venezuela para ajudar a campanha de Lugo. Aliás, uma campanha extremamente pobre, de acordo com o próprio secretário Airton Pisseti, pois o ex-bispo ?não tem dinheiro nem para fazer adesivos, cartazes e nem mesmo para comícios?.
No entanto, sem poder desmentir as constantes idas a Assunção, o secretário apelou para o manjado recurso de que as visitas são de caráter pessoal e com despesas pagas do próprio bolso. Sua amizade com Fernando Lugo vem de longa data e o motivo mais valioso que o liga ao candidato presidencial é ?a identidade ideológica?.
Tendo em vista a declarada simpatia recíproca entre Lugo e Chávez e a atração irresistível que o socialismo bolivariano sabidamente exerce sobre o governador Roberto Requião, Caracas decidiu transferir a inteligência da operação logística da campanha para um local mais próximo. Curitiba, portanto, seria o ponto mais conveniente.
Duas questões intrigam sobremaneira a sociedade paranaense. A primeira se refere à não insignificante carga de dúvida sobre competência de Pisseti para a função, à vista do vácuo de idéias que é o marketing do governo do Paraná. E a segunda é desvendar o segredo até aqui mantido a sete chaves: qual o tipo de identidade ideológica profligada pelo solerte publicitário que deixou o desconhecido Marau, no Rio Grande do Sul, para conquistar o mundo.
Há um longo caminho a percorrer, mas ?o Paraguai já está no papo?…
