A aldeia global e a gripe ..A.. (H1N1)

A Aldeia Global está em estado de alerta com receio da pandemia da gripe A, pois mais de 20 nações já foram atingidas.

A Organização Mundial da – OMS divulga a todo o momento um panorama da contaminação em todas as nações. Os noticiários diariamente fazem um balanço da doença e seu crescimento.

O mundo está perplexo com as notícias e a possibilidade de uma pandemia em todo Planeta Terra. A nossa casa comum está em perigo e as instituições mundiais se uniram para impedir uma catástrofe planetária.

A sensação percebida instantaneamente por todos é de impotência, um mundo tecnologicamente evoluido, com armas potentes, computadores de última geração, equipamentos médicos modernos, contudo, sem condições de deter a propagação do vírus no planeta, as pessoas ficam assustadas e entram em pânico com a possibilidade de contaminação. Crise viral e econômica.

O momento é efetivamente de preocupação, pois num mundo globalizado a propagação do vírus adquire uma proporção perigosa, criando dificuldades de controle e de implementação das medidas necessárias numa pandemia.

Porém, o momento também deve servir para uma reflexão sobre o comportamento do homem no sistema do Planeta Terra, abrindo um espaço para um amplo debate sobre o modelo de criação de animais adotados hodiernamente.

O Instituto Nina Rosa, através do documentário A Carne é Fraca já vem denunciando que a forma de produção adotada é irracional, cruel, insustentável e tem a possibilidade de fomentar vários desequilíbrios ambientais.

A sociedade deve questionar se as quantidades de hormônio, antibióticos, carrapaticidas e outros produtos modificam o equilíbrio da biota, que alterações provocam, quais os mecanismos de todo sistema vivo que são afetados por esse bombardeio diário, quantitativo e irracional de substâncias altamente poluentes.

O debate também se estende para saber se esse sistema de produção é sustentável e quais as consequências se ele permanecer praticando todos os métodos adotados e reconhecidos hoje como de produção moderna.

A agitação moderna não dispensa um tempo para que as pessoas parem, olhem, escutem, raciocinem e façam o seguinte questionamento, o que estou comento? O que estou bebendo? Enfim, entendam o que estão fazendo, pois esse frenesi todo, às vezes, leva as pessoas a não compreenderem o que estão realizando.

É preciso parar, olhar, pensar, decidir, sobre as coisas que estão ao nosso redor, tendo noção exata dos fatos e atos praticados, buscando em conjunto soluções e decisões, esse é o sentido de viver em comunidade.

Acordo, tomo banho, visto a roupa, pego o transporte, como qualquer coisa, vou para o trabalho, lancho, termino o trabalho, saio, vou estudar, retorno para a casa, enfim sigo uma rotina estafante e diária, no fim não sei quem sou eu!

Assim acontece com os homens, sabe porque, em razão de que cada um só cuida do seu universo, inexiste tempo para pensar no outro, naquele que Jesus Cristo disse amai mais do que a você mesmo.

O mundo moderno não reserva tempo para essas tarefas, ele é insano, rápido, sem limites, sem sentimentos, sem rosto, sem coração, sendo assim termina na gripe aviária ou suina. Todavia, quando a desgraça ocorre, o homem tem tempo de olhar para outro homem, e as vezes dizer meu irmão.

Que mundo moderno se está edificando, sem amor, sem sentimento, sem lealdade, sem gratidão, marcado pelo consumismo e irracionalidade, qual a estação de destino, só existe uma, a estação catástrofe, seja por gripe, maremoto, terremoto, temporais, furacões, por diversas formas, pois foi eliminada da massa de preparo o amor e como afirma o grande pensador Leonardo Boff, quem ama cuida.

As pessoas perderam o amor, tudo perdeu o sentido, os atos e regras são direcionados a determinados interesses, mesmo que às vezes eles prejudiquem muitas pessoas, as consequências imediatas são mais importantes que o bem esta,r de milhões, a carência de afeto é generalizada, tornando o mundo árido e frágil para diversos acontecimentos.

A gripe ..A.. coloca na mesa de debate o fato da falta de amor no mundo, pois quando o amor existe, o cuidado é a consequência, assim, a produção teria métodos racionais, haveria respeito aos limites ambientais e por conseguinte respeitar-se-ia os padrões de equilíbrio de todo sistema vivo.

Os desequilíbrios ambientais que denotam uma crise profunda, são frutos da falta de respeito com a vida, o homem que não respeita um simples ser vivo, como uma pequenina planta, também não tem o menor respeito a qualquer outro ser vivo.

A Vida vale muito pouco, pelos mais absurdos motivos a vida é extinta, nas suas diversas formas de manifestação, por isso só haverá paz ambiental quando a Vida for respeitada, quando o homem aprender que deve valorar e cultuar a beleza da Vida em todas as suas formas de manifestação, entenderá que a VIDA É BONITA! É BONITA! E É BONITA! Assim REINARÁ A PAZ NO PLANETA TERRA.

Eduardo Lima de Matos é promotor de Justiça, professor de Direito Ambiental da Universidade Federal de Sergipe e diretor do Núcleo de apoio às Promotorias de Justiça do Rio São Francisco. elmatos@infonet.com.br

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