Criadas há seis meses, as farmácias populares têm aprovação de 91% da população que utiliza o serviço, afirma pesquisa do Ministério da Saúde. Segundo o coordenador do Programa Farmácia Popular do Brasil, Dirceu Barbano, mais 70 unidades vão ser abertas no primeiro trimestre de 2005.

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Atualmente 26 farmácias populares vendem remédios a preço de custo. Para o consumidor, o preço chega a ser até 85% menor do que nas farmácias comerciais. Qualquer pessoa pode comprar remédio nessas farmácias desde que tenha uma receita médica. São oferecidos 89 medicamentos considerados essenciais, além de preservativos. Entre os dez remédios mais vendidos, sete são para o tratamento da hipertensão.

Dirceu Barbano explica que as farmácias populares são uma alternativa para a população que prefere usar a rede privada de saúde, mas tem dificuldade para comprar remédios.

Pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que os brasileiros gastam, em média, 19% da renda familiar com saúde. Entre as pessoas de baixa renda, esse gasto chega a 61% de suas despesas. Ainda segundo essa pesquisa, mais de 9% das pessoas já tiveram que vender bens ou pedir empréstimos para pagar gastos com saúde.

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O coordenador do programa afirma que as farmácias populares não são uma forma de o governo substituir a política de distribuição gratuita de remédios pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Barbano, o investimento em medicamentos gratuitos deve dobrar em 2005, em relação a 2002 – uma ampliação de R$ 1,6 bilhão. "O recurso que está sendo destinado à farmácia popular é um valor pequeno dentro desse orçamento", disse.

Para formar o estoque de medicamentos das farmácias populares, o programa investiu R$ 30 milhões. "Esses recursos têm uma repercussão grande porque atingem toda a população e não só a população usuária do SUS", avalia Barbano. A previsão é que o estoque seja suficiente para garantir o funcionamento de todas as unidades até o início de 2005. O programa está funcionando com esse estoque desde junho deste ano.

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A aquisição de medicamentos é feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) por meio de pregão. A compra é feita preferencialmente de laboratórios públicos. "Nós só adquirimos de laboratórios privados aquilo que os públicos ou não produzem ou não têm condição de atender o programa em conseqüência de sua capacidade produtiva", assegura o coordenador. "A segunda prioridade é para medicamentos genéricos".

As farmácias são montadas pela Fiocruz em parceria com prefeituras, estados ou entidades sem fins lucrativos. Das 26 farmácias existentes, 22 são administradas pela própria Fiocruz, mas a intenção é descentralizar o serviço. Nesta quinta-feira, o ministério da Saúde publicou Portaria para ampliar as parcerias através de incentivo financeiro.

Os parceiros vão receber recursos para despesas de implantação e manutenção da farmácia. A Portaria prevê o repasse mensal de R$ 50 mil para instalação de cada unidade e R$ 10 mil, para manutenção. Também está prevista a edição de um manual sobre os procedimentos para adesão dos estados, municípios e Distrito Federal ao programa.

As farmácias populares podem ser encontradas em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, Salvador, Vitória da Conquista e Caxias do Sul. Para saber os endereços, o usuário pode ligar para o Disque-Saúde (0800 61 1997).