Levantamento divulgado, nesta segunda-feira, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que 83,6% dos reajustes salariais conseguidos nos primeiros seis meses de 2005 foram iguais ou superiores à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O resultado é o melhor conseguido num primeiro semestre desde 1996. Em 2004, os reajustes acima do INPC representaram 75,7% do total. Segundo a pesquisa, 65,7% das correções salariais ficaram acima do INPC, e cerca de 57% mostraram aumentos reais de até 2 pontos porcentuais acima da inflação observada no período.

Os aumentos que se igualaram ao indicador do IBGE somaram 17,9%, enquanto os reajustes inferiores ao INPC representaram 16,4%, com 12,1% desse total reajustado em até 1 ponto abaixo do índice.

Para o diretor-técnico do Dieese, o resultado positivo das negociações foi fruto do decréscimo dos indicadores de inflação, da estabilidade macroeconômica e da expectativa de bom desempenho da economia, tanto neste ano quanto no próximo. "Também tivemos um ajuste bom porque viemos de uma base de reajustes bastante depreciada", afirmou.

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A indústria foi a responsável pelas maiores altas, registrando 77,9% dos aumentos acima do INPC e 11% iguais ao indicador. O comércio deu aumento real para 72,5% dos trabalhadores e reajuste na média da inflação para 17,5%, enquanto o setor de serviços reajustou 53,1% dos salários acima do INPC e 24,1% iguais à variação da inflação. As correções inferiores ao índice inflacionário foram de 11% na indústria, 10% no comércio) e 22,8% em serviços.

A Região Centro-Oeste, onde cerca de 80% das negociações implicaram aumento real, apresentou as maiores altas salariais. Em seguida, as regiões Sul e Sudeste apresentaram 71% dos reajustes acima do INPC. Na Região Nordeste, as correções superiores ao índice somaram 49%, enquanto no Norte as altas acima do INPC ficaram em 40%, mesmo porcentual das negociações que resultaram numa correção abaixo da inflação.

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Os recursos de parcelamento, escalonamento e abonos salariais, usados para aliviar o reajuste salarial, foram reduzidos significativamente no primeiro semestre. As correções escalonadas caíram de 12% no primeiro semestre de 2004, para 7% na primeira metade de 2005. Nos primeiros seis meses deste ano, a freqüência dos abonos caiu para 4%, quando comparada aos 8% registrados no ano passado. Já os parcelamentos de reajustes, que tinham representatividade de 8% em 2004, ficaram em 5%.