600 mil pessoas chegam por dia a Roma para ver o corpo do papa

Ameaçada por uma paralisia, a cidade de Roma suplica aos fiéis italianos e
europeus que queiram visitar o Vaticano durante os funerais de João Paulo II que
não cheguem à capital italiana de carro. Em uma mensagem enviada aos celulares
da população, a Proteção Civil da Itália pede que apenas os transportes públicos
sejam utilizados. No total, as autoridades irão colocar à disposição cem trens
extras de várias partes da Europa para Roma. Mais 80 vôos charter de outras
cidades da região estarão chegando amanhã à capital. Os ônibus urbanos, que
tinha o terminal na Praça de São Pedro, foram obrigados a mudar o trajeto
origina. Hoje, a visitação ao corpo foi encerrada às dez horas da noite do
horário europeu e muitos não conseguiram chegar ao papa. Calcula-se que pelo
menos três milhões de peregrinos conseguiram ver o corpo do papa na Basílica de
São Pedro pela última vez.

Segundo a prefeitura romana, cerca de 600 mil
pessoas estavam chegando por dia à cidade e, se muitos optassem por vir em seus
próprios carros, correriam o risco de passar o fim de semana em um enorme
congestionamento. Só o número de jornalistas em Roma credenciados para cobrir o
enterro já chega a 3,5 mil. O número de fiéis deve aumentar entre amanhã e
depois, quando ocorre o enterro.

Vários grupos vindos da Polônia, país de
João Paulo II, também estão previstos para chegar a Roma hoje. Segundo a
mensagem enviada aos celulares, os fiéis deveriam se preparar para "dias de
calor e noites frescas" ao enfrentarem as filas para ver o papa.

Diante
do fluxo de pessoas, a cidade modificou alguns de seus planos iniciais para a
organização do evento. Novas partes da cidade serão simplesmente fechadas ao
público para garantir a segurança dos mais de 200 chefes de Estado e ministros,
entre eles o presidente americano George W. Bush. Segundo os organizadores do
funeral, o problema é tentar planejar um evento de dimensões mundiais em poucos
dias.

O prefeito de Roma, Achille Serra, ainda nomeou um comissário
especial para a organização do funeral, Guido Bertolaso, que elogiou a paciência
da população ao enfrentar as filas que poderiam durar até oito
horas.

Determinados, apesar das filas que tomavam as ruas próximas ao
Vaticano, os fiéis passaram a madrugada esperando para dar o último adeus ao
papa. Restaurantes que estavam abertos ainda eram usados pelos fiéis para ir ao
banheiro ou tomar um café antes de continuar a peregrinação. Grupos se reuniam
para rezar o terço à luz de vela no meio da noite de Roma.

Nas ruas de
acesso ao Vaticano, a multidão estava espremida entre muros de prédios e carros.
Foi um dia em que os paramédicos trabalharam muito. Não eram incomuns as cenas
de desmaios. Com o sol forte de primavera, os peregrinos que não estavam de
guarda-chuva sofrearam. Na entrada do Largo João XXIII, uma senhora, aparentando
pouco mais de 60 anos, desmaiou e os paramédicos não sabiam direito como
proceder, dado ao grande numero de casos. Pelo menos três equipes se revezaram
no atendimento e foram obrigados abandonar a senhora que passava mal para
atender outros chamados.

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