Brasília – A assessoria da Polícia Federal de Mato Grosso informou há pouco que já foram presos assessores de oito parlamentares envolvidos na fraude para a compra de ambulâncias às prefeituras. Os nomes dos parlamentares envolvidos são, por enquanto, Vieira Reis (PRB-RJ), Nilton Capixaba (PTB-RO), Maurício Rabelo (PL-TO), Ney Suassuna (PMDB-PB), Elaine Costa (PTB-RJ), Edna Macedo (PTB-SP), João Mendes (PL-RJ) e pastor Pedro Ribeiro (PMDB-CE). As informações de quebra de sigilo bancário e telefônico, obtidas pela Polícia Federal, confirmam que os assessores desses deputados e senadores participaram do esquema para a liberação de emendas prevendo a aquisição de ambulâncias para os municípios.

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A fraude beneficiou uma empresa de Mato Grosso, a Planam Comércio e Representações, cujo dono, o empresário Darci José Vedoin, está preso. Conforme as investigações, o esquema contou com a colaboração de uma funcionária do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino, responsável pela aprovação dos projetos apresentados pelas prefeituras, pleiteando a assinatura de convênios com o governo federal. Maria da Penha foi funcionária da Planam.

A fraude consistiu no superfaturamento dos veículos, que foi viabilizado pela dispensa de licitação, já que os valores dos projetos eram fragmentados de forma a que sempre fossem inferior a R$ 80 mil. Dessa forma foi possível fazer cartas-convites para a Planam e para outras empresas fantasmas, que apresentavam valores ainda mais altos do que a empresa matogrossense.

A estimativa preliminar, segundo a PF, é de que a quadrilha tenha movimentado R$ 110 milhões, desde 2001. Até agora 46 pessoas já foram presas, incluindo, além dos assessores parlamentares, dois ex-deputados: Ronivon Santiago (AC) e Bispo Rodrigues (RJ). Hoje ainda a Polícia Federal deverá encaminhar para o Supremo Tribunal Federal, à Procuradoria da República e às mesas da Câmara e do Senado, cópia das investigações, pedindo autorização para investigar diretamente os parlamentares, que são protegidos por imunidade.

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