339 mil novas vagas, com carteira assinada, foram criadas no 1.º trimestre

Brasília – Embora positiva, a criação de postos de trabalho com carteira assinada em março representou menos da metade do número de vagas abertas em fevereiro. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados hoje (26) pelo Ministério do Trabalho, no mês passado foram criados 76.455 postos de trabalho. Em fevereiro, haviam sido criados 176.632 empregos. O saldo líquido do trimestre, de 339.703 vagas, superou o verificado no mesmo período do ano passado, quando o mercado de trabalho absorveu 292.222 trabalhadores.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atribuiu o baixo desempenho de março a fatores sazonais. Segundo ele, o excesso de chuvas prejudicou as contratações na construção civil e o fim da colheita de frutas no Sul do País levou à dispensa de trabalhadores rurais. Ele também observou que, como os dados de fevereiro foram os melhores para aquele mês em toda a séria histórica do Caged, a comparação com os dados de março fica prejudicada.

O saldo líquido da criação dos empregos formais em março no entanto, só não foi pior que o registrado em março de 2003, quando foram abertos apenas 21.261 postos com carteira assinada. Marinho argumentou que, embora tenha sido inferior à meta de 100 mil empregos formais, em média, a cada mês, o resultado de março não compromete a estimativa do governo para o ano. "Este ano será melhor do que o ano passado e o resultado final deverá ficar em torno de 1,4 milhão de empregos", reafirmou o ministro.

O Caged é um registro administrativo que toda empresa é obrigada e preencher e remeter mensalmente para o Ministério do Trabalho toda vez que demite ou contrata trabalhadores.

A maior contribuição para a criação de empregos em março foi do setor de serviços (40.725 vagas), seguido da indústria de transformação (25.062). O comércio demitiu trabalhadores e apresentou, no mês, um saldo líquido negativo de 8.573 postos de trabalho. Já a construção civil teve um desempenho positivo no mês (5.203 vagas), embora menor do que o verificado em março de 2005 ( 6.252 empregos). A agricultura teve um resultado surpreendente em relação a 2005. O saldo líquido do emprego no setor foi de 6.765 vagas, contra 1.553 em março do ano anterior.

Em relação ao trimestre, a situação se repete. Os grandes responsáveis pela criação de empregos foram o setor de serviços (158.700) e a indústria de transformação (68.028). A análise técnica dos dados do Caged destaca também a agropecuária que no ano passado sofreu crises constantes que afetaram negativamente o mercado de trabalho. Neste primeiro trimestre, segundo os técnicos, o setor foi capaz de criar 39.078 vagas. É a maior expansão do emprego para o período dos três primeiros meses do ano, segundo os registros do Caged. A mesma coisa ocorreu com a construção civil. O saldo líquido de 41.440 postos de trabalho no trimestre é o melhor desempenho da série histórica para o período.

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