Mais de 30% dos acidentes com produtos químicos registrados no ano passado em Curitiba aconteceram em casa e envolveram bebês e adolescentes de até 14 anos. Acidentes domésticos envolvendo crianças podem ser evitados se, além da presença e supervisão constante de adultos, for dificultado o acesso a gavetas e armários onde ficam guardados produtos perigosos.
"Isso deve ser observado sempre, mas é preciso atenção especial nas férias, quando as crianças passam mais tempo em casa", afirma o secretário municipal da Saúde e vice-prefeito Luciano Ducci, que também é pediatra. No ano passado foram registrados em Curitiba 1.011 acidentes com produtos químicos e 33% envolveram bebês e adolescentes.
Se as gavetas e os armários não puderem ser trancados, ensina a coordenadora do Programa de Saúde da Criança da Secretaria Municipal da Saúde, Cristiane Vardana Marangon, a solução é colocar produtos de limpeza e remédios em prateleiras elevadas ou na parte superior dos móveis altos. Outro cuidado importante é jamais usar copos, embalagens de alimentos e garrafas de sucos e de refrigerantes para acondicionar qualquer item impróprio para consumo. Isso vale para tanto para alvejantes, amaciantes e desinfetantes, como para produtos destinados a matar ratos e insetos.
Segundo dados do Centro de Epidemiologia da secretaria, no ano passado foram registrados 25 casos de intoxicação por raticida – produto que podem ser confundidos com confeitos usados para decorar bolos e doces, e 58 determinados por produtos de limpeza. Destes, 32 tiveram como causa a ingestão de água sanitária. "São produtos usados no dia-a-dia da maioria das famílias e que muitas pessoas não se dão conta dos problemas que eles podem causar", alerta Cristiane.