Encerradas as inscrições para o Acampamento Intercontinental da Juventude (AIJ), a expectativa dos organizadores é que cerca de 30 mil jovens de todas as partes do mundo utilizem suas estruturas. Foram erguidas 20 obras, entre espaços para atividades, oficinas, encontros e palestras, e em quase todas foram aplicadas técnicas de bioconstrução, que reduzem o impacto ambiental. "Aqui, nós temos espaços bioconstruídos [construções de mínimo impacto que privilegiam resíduos sólidos e técnicas locais], separação dos resíduos, tratamento da água consumida e campanhas para reduzir o consumo de água", explica Viliano Fassini, integrante do Comitê Organizador do 5º Acampamento Internacional da Juventude.

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A idéia de organizar um acampamento surgiu no 1º FSM a partir da proposta de debater temas sob uma perspectiva jovem. Com o tempo, ele tomou uma dimensão maior e passou a ser uma espécie de laboratório de práticas e de vivência humana. As propostas do acampamento valorizam a interação entre os participantes, com experiências de gestão participativa que buscam a diversidade na programação e a internacionalização do espaço.

A estrutura do acampamento é montada no Parque Harmonia, em Porto Alegre, com capacidade de abrigar até 35 mil pessoas. As barracas são organizadas de forma descentralizada, em bairros com cozinha coletiva, tanques comunitários para lavar roupa e banheiros. A novidade para este ano é que as estruturas serão dispostas em círculos para aumentar ainda mais a interação dos acampados.

O número de participantes do AIJ têm aumentado a cada edição do Fórum. Em 2001, quando foi montado em apenas 40 dias, conseguiu reunir 2.500 pessoas. Já na edição seguinte foram cerca de 15.000 e, em 2003, 25.000 acampados. Em Mumbai, na Índia – quando o FSM foi realizado pela primeira vez fora do Brasil – apenas 4.000 participantes acamparam, mas lá o AIJ funcionou como outro espaço de palestras e atividades, realizadas quando a programação oficial do Fórum se encerrava.

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Além disso, de acordo com Fernando Campos da Costa, da comissão de infra-estrutura do acampamento, a experiência em Mumbai se diferenciou pela própria estrutura do local construída com tendas de bambu com capacidade para 16 pessoas. Além de ficar distante do local do Fórum, o espaço escolhido para o acampamento foi uma escola salesiana com área fechada e os participantes eram revistados na entrada. Por motivos de segurança, também era proibido fumar dentro do acampamento. Fernando afirma que mesmo com tantas diferenças, foi possível realizar as atividades. "Faltou um pouco da parte prática, mas para o contexto indiano foi um passo à frente", conclui.