Morador da Vila Lindóia, ele foi com mais três companheiros, um deles menor, fazer o trabalho de boca-de-urna na Escola Dom Ático. “A gente está desempregado e qualquer dinheiro é bom”, afirmou. Por isso, não titubearam em trabalhar para três candidatos diferentes, ganhando no total R$ 75,00 cada um por um dia de trabalho. O maior problema era ficar de olho nos fiscais para trocar de camiseta assim que os visse, caso não estivessem com a camiseta correspondente àquele candidato. “A gente tinha santinhos dos três dentro dos bolsos”, diz Rafael Alagasso, 18 anos. “A gente nem tinha começado a trabalhar ainda. Estávamos deitados no carro ouvindo um som e levantamos quando vimos o fiscal do vereador, mas a polícia também viu a gente”, disse.
Ao serem detidos, eles foram conduzidos para o ginásio de esportes da Pontifícia Universidade Católica, onde ficaram até o término das eleições.
Depois de terem optado pelo trabalho de limpeza e ao final da eleição, foram liberados e passaram nos comitês onde receberam o dinheiro correspondente ao trabalho. Eles disseram ter sido alertados pelas pessoas que os convocaram de que não haveria problema. Que corressem caso fossem vistos e, se pegos, haveria advogado para defendê-los. “Mas não tinha nada, precisamos da Defensoria Pública”, reclamaram.
Com o nome registrado, eles não poderão ser detidos nos próximos cinco anos fazendo boca-de-urna, caso contrário serão presos e responderão a processo. Apesar disso, para o segundo turno eles estão planejando vestir a camiseta de algum candidato circular pela cidade e faturar mais alguns reais. “Mas não vamos mais distribuir santinho”, prometem.
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