Após discursar na abertura da 57.ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, a presidente do Instituto Faça Parte, Milú Villela, conseguiu a adesão de mais 18 países à sua proposta de resolução que torna permanentes as ações e metas introduzidas no Ano Internacional do Voluntário, criado em 2001.

Até a noite desta segunda-feira, a proposta contava com o apoio de 110 países, os quais foram representados por Milú no discurso feito aos delegados dos países-membros presentes à Assembléia da ONU. Ao final, a proposta de resolução contou com 138 países signatários.

“A receptividade foi maravilhosa. Fui procurada ainda no plenário da ONU por representantes de vários países, que ofereceram apoio a essa causa”, afirmou Milú. Um deles foi John Bridgeland, assessor para a questão do voluntariado do presidente norte-americano, George W. Bush, e diretor da Freedom Cops. USA (órgão do governo), que convidou Milú para uma reunião com o objetivo de conhecer melhor a estratégia brasileira adotada no Ano Internacional do Voluntário, reconhecida como modelo entre os países que participaram do programa.

“A repercussão positiva à proposta e ao discurso nos deixa muito confiantes em relação à aprovação da resolução por consenso entre os países-membros ainda hoje (terça)”, disse Milú. Ela espera que a aprovação da resolução pela ONU dê um impulso ao trabalho voluntário em vários países, especialmente aqueles onde o voluntariado ainda é um conceito incipiente.

“O impacto da resolução no Brasil deverá ser tremendo”, declarou Milú, que também é presidente do Comitê Brasileiro do Ano Internacional do Voluntário. O Brasil registrou crescimento no número de voluntários de 20 milhões de pessoas (de um total de 42 milhões) apenas em 2001.

Segundo ela, o trabalho voluntário será muito importante para ajudar as políticas sociais do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, em particular o programa Fome Zero. “O papel do voluntariado foi, aliás, ressaltado na primeira reunião do Pacto Social, quando foi dito que se se conseguisse reunir 10 milhões de voluntários para trabalhar no Fome Zero seria algo bastante útil”, destacou Milú.

“O voluntariado tem tudo a ver com o governo Lula, pois contribui para melhorar a inclusão social.” Ela acredita que, em 2003, o voluntariado no Brasil crescerá bastante, em especial com o programa Jovem Voluntário Escola Solidária, voltado para mais de 60 mil escolas públicas, além das particulares. Espera-se o engajamento de 43 milhões de estudantes

continua após a publicidade

continua após a publicidade