São Paulo ? O pagamento do 13º salário deverá injetar aproximadamente R$ 45,9 bilhões na economia brasileira neste final de ano. O volume de dinheiro é 14% maior que no ano passado. A previsão é que sejam beneficiados cerca de 56,4 milhões de trabalhadores de mercado formal, aposentados e pensionistas ? 2,6 milhões de pessoas a mais. A estimativa foi divulgada hoje (10) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

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Pelos cálculos do Dieese, os aposentados ou pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) somam 23,655 milhões dos beneficiados neste ano. Os demais favorecidos se dividem entre 31,068 milhões de trabalhadores do mercado formal e 1,733 milhão de empregados domésticos com carteira de trabalho assinada.

Os trabalhadores formais receberão a maior parte do dinheiro, R$ 33,9 bilhões ? R$ 11,3 bilhões são para os beneficiários da Previdência Social e R$ 634,4 milhões para os empregados domésticos. Segundo o economista do Dieese, Ilmar Ferreira Silva, neste ano o pagamento do 13º salário corresponde a 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O Dieese calcula que 2,6 milhões de pessoas passaram a receber o 13º neste ano, seja por terem requerido aposentadoria ou pensão ou por terem entrado no mercado de trabalho formal, o que resulta em 14% de aumento do volume financeiro injetado na economia. "Isto em função de dois fatores, primeiro a expansão do emprego formal e depois um aumento real do salário mínimo em maio deste ano, na ordem de 8,5%", afirmou Ferreira Silva.

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A maior parcela do montante destinado ao 13º salário deve ficar na região Sudeste, que possui a maior concentração de trabalhadores. Segundo Silva os empregados do mercado formal receberão em media pouco mais de R$ 1.000 e os empregados domésticos R$ 366. "Estimamos que seja pago no geral R$ 813 por pessoa em todo o país."

Para chegar a esses resultados, o Dieese utilizou dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2003 (PNAD), do IBGE e do Ministério da Previdência e Assistência Social.

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No caso da Rais, o Dieese considerou todos os assalariados com carteira assinada, ocupados no mercado formal, nos setores público e privado, que trabalhavam em dezembro de 2003.

Da PNAD, foi utilizado o contingente de empregados domésticos com registro em carteira. Também foram considerados os beneficiários ? aposentados e pensionistas ? que, em setembro de 2005, recebiam seus proventos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Para fazer a estimativa do montante pago pelo INSS, o Dieese utilizou o total referente a setembro deste ano. Para os assalariados o rendimento foi atualizado pela variação da massa salarial média de janeiro a junho de 2004 e de janeiro a junho de 2005. O cálculo não leva em conta os autônomos e assalariados sem carteira nem o adiantamento da primeira parcela do 13º salário no decorrer do ano (concedido por diversas empresas).