Ziraldo lança ‘Nino, o Menino de Saturno’

Depois de levar seus personagens para passear na Lua, em Mercúrio, Vênus, na Terra, em Marte e Urânio, o escritor, ilustrador, cartunista e pintor Ziraldo aporta sua imaginação e criatividade em Saturno. Inquieto e sonhador, o multiartista de 83 anos acaba de lançar mais um livro da série de garotos que habitam os planetas do Sistema Solar, além da Lua. Em Nino, o Menino de Saturno, Ziraldo coloca seus leitores em contato com grandes artistas plásticos reconhecidos mundialmente.

Na narrativa, os anéis de Saturno amanhecem certo dia sem cor, para espanto de Nino. Vagando pelo espaço, ele se depara com o Espírito da Lenda, um menino que surge como uma aparição e diz que as cores, na verdade, não existem. “Nós as criamos, apenas, para enfeitar mais ainda nossa alegria de viver”, conta o Espírito da Lenda a Nino.

Nino pergunta como pode buscar as cores que precisa para reviver o brilho dos anéis de seu planeta e o garoto o orienta a procurar os garimpeiros do Sol, seres mágicos que trabalham com as cores. E Nino parte em sua missão, em páginas em que o tempo e o espaço parecem não existir.

O menino de Saturno chega à Terra, um planeta onde há todas as cores que o Sol sabe inventar. Aqui, procura os seres mágicos capazes de devolverem o colorido de seus anéis e encontra Pablo Picasso, Vicent Van Gogh, Wassily Kandinsky, Gustav Klimt, Jackson Pollock, Henri Matisse e Joan Miró.

Cada um deles mostra como coloriria os anéis com suas cores, técnicas e estilo. Comovido diante de todos os presentes, Nino já não sabe o que escolher. O desfecho é mágico. “Não podemos chegar no universo da criança e, por isso, precisamos levá-la até o nosso universo”, conta Ziraldo. “Quem tem a possibilidade de falar com muita gente tem de inventar.”

Além de Nino, o Menino de Saturno, a editora Melhoramentos relança os 26 livros da Coleção ABZ, sucesso nos anos 1990, em que Ziraldo transforma cada letra em personagens de suas histórias. Elas ganham vida em prosa e poesia, como se fossem independentes. O projeto gráfico foi modernizado, em versão ampliada, mas as ilustrações são as originais.

Ao longo da carreira, Ziraldo produziu mais de 160 obras para crianças e jovens, além de publicações para adultos. Nascido em Caratinga, Minas Gerais, o multiartista ganhou exposição nos anos 60, com o lançamento de A Turma do Pererê, primeira revista em quadrinhos brasileira feita apenas por um autor. Durante a ditadura militar, fundou com outros humoristas o jornal O Pasquim, que se tornaria um clássico.

Em 1969, publicou Flicts, seu primeiro livro infantil, considerado um marco na literatura feita para crianças, em que a conta a história de uma cor que não consegue se enquadrar no arco-íris.

Depois de Flicts, Ziraldo concentrou sua produção na literatura infantil. Em 1980, lançou O Menino Maluquinho, um dos maiores sucessos editoriais, que, nas décadas seguintes, virou peça de teatro, filme, quadrinhos, ópera infantil e até videogame. Até agora foram lançadas 112 edições deste clássico.

“Descobri que os livros que faço são para as famílias. Se o leitor sente que o que você faz é verdadeiro, ele gosta. Quem lê meus livros se torna meu cúmplice – só os adultos me chamam de senhor, as crianças, não”, diz Ziraldo.

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