Sem saudades!

“Não gosto de ficar parado no tempo”, diz Zeca Camargo ao relembrar Fantástico

“A melhor porta de entrada para se conhecer uma nova cultura é a culinária”, assim define Zeca Camargo. A declaração vem a propósito do lançamento de seu novo livro, Índia. Sabores e Sensações, que conta histórias do país e também traz receitas que podem ser feitas em casa. Em entrevista à Tribuna do Paraná, durante passagem por Curitiba para apresentar o livro, ele também falou de seu novo desafio, a biografia de Elza Soares, e disse não gostar de “ficar parado no tempo” ao relembrar, saudosamente, a época em que esteve a frente do Fantástico, da TV Globo.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O novo livro de Zeca junta as duas coisas mais legais da vida: viagem e culinária. “E foi essa realmente a minha ideia, porque temos ótimos livros dos dois assuntos, mas separados. Queria juntar toda essa informação e trazer receitas leves, que podem ser feitas em casa e que seriam facilmente reproduzidas por aqui, no Brasil”, explicou.

As várias viagens que já fez pelo mundo fizeram de Zeca um grande observador da cultura de modo geral. No livro, ele conta histórias, enquanto o amigo Varunesh Tuli traz as receitas. “O que estranhei nessa viagem foi a comida de rua, foram quase três semanas experimentando e percebi que eles usam muita fritura, até para conservar os pratos. Isso, para o meu paladar, não estava acostumado. Mas a Índia é um país incrível, que sempre descubro uma coisa diferente e me apaixono mais”.

Zeca disse que não entende o motivo de o brasileiro ainda não ter adotado a culinária indiana, pois é parecida com a daqui em alguns quesitos. “Os ingredientes são frescos, tem muito vegetal, tudo que temos aqui, então você vai fazer exatamente a mesma coisa e vai se identificar bastante com a simplicidade. O segredo da comida indiana é o perfume, o sabor”, detalhou.

Apresentador conversou com a equipe da Tribuna durante lançamento de seu livro em Curitiba. Foto: Lucas Sarzi
Apresentador conversou com a equipe da Tribuna durante lançamento de seu livro em Curitiba. Foto: Lucas Sarzi

Com o Brasil, além dos alimentos mais frescos, fica clara a comparação com a questão da população e dos problemas. “São vários pontos em comum. A Índia também tem problemas de locomoção urbana, problemas de limpeza, mas eu ficaria mais na forma como o indiano encara essa dificuldade toda. São cheios de problemas, mas têm uma espiritualidade, uma suavidade, em meio a uma vida tão dura, isso que poderíamos aprender com eles”.

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Sem saudades

Até setembro de 2013, todo mundo estava acostumado a “encontrar” Zeca Camargo aos domingos, quando ainda apresentava o Fantástico. O jornalista, porém, saiu para comandar o Vídeo Show e agora está a frente do programa É de Casa. Para Zeca, que lembrou com nostalgia o período em que esteve no dominical, essa mudança se fez necessária. “Fiz 17 anos de Fantástico, tenho um orgulho de ter feito, sempre foi um programa que me deixou ser o que eu sou, afinal o jornalismo não pede personagem”, explicou.

Para Zeca, mesmo estando longe do programa que apresentou por quase duas décadas e que lhe permitiu muita coisa, da criação de quadros diferentes até a viagens incríveis pelo mundo, o novo desafio na TV tem lhe proporcionado outras experiências. “O É de Casa me faz viajar muito pelo Brasil e descobrir essa família brasileira é muito especial. É um outro tipo de contato que me deixa muito feliz. Não gosto de ficar parado no tempo”.

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Zeca na época do Fantástico, mais especificamente em 2011, quando participou do quadro Medida Certa. Foto: Divulgação/TV Globo
Zeca na época do Fantástico, mais especificamente em 2011, quando participou do quadro Medida Certa. Foto: Divulgação/TV Globo

Desafio na carreira

Atualmente, além da divulgação do livro com as histórias e receitas da Índia, Zeca também tem trabalhado firme num material que considera ser um dos grandes desafios de sua carreira, a biografia de Elza Soares. “É um projeto enorme, uma grande reportagem, mas também um horizonte novo. Ela serve de inspiração até mesmo para mim, sou um cara de 55 anos, ela tem 88 e às vezes penso que não é possível ter feito tanta coisa”, comentou.

Elza sempre foi referência musical, mas Zeca disse ter descoberto que sua vida sempre foi complicada. “É uma história difícil de contar porque ela teve muitos altos e baixos, uma responsabilidade muito grande. Tudo que ela me conta eu tenho colocado no livro, de uma maneira muito respeitosa e humilde, nesse caso sou apenas um condutor da história e também um observador”, explicou ele, revelando que o livro deve sair até o fim do ano. “Faltam quase dois capítulos e esse sim vai ser um livro que vou comemorar como autor”. Veja a entrevista completa:

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