Bem diferente de seus trabalhos já lançados, o maranhense Zeca Baleiro está de volta às lojas com um novo disco de inéditas. ?Baladas do Asfalto & Outros Blues?, como o sugestivo título já diz, é um álbum com grandes referências à estrada. ?A viagem e o exílio fazem parte da minha vida e a estrada é a metáfora da vida?, diz o músico.
E para falar com o público sobre os bastidores desse novo CD, ele vem a capital paranaense no dia 19 de setembro. O encontro será a partir das 19h30, na Livrarias Curitiba Megastore do Shopping Estação, com entrada franca.
?O disco tem um jeito de rock balada FM, que sozinho eu jamais tivesse competência de fazer?, conta. Nesse novo material – ao contrário do que acontecia em seus outros trabalhos – o cantor participou muito pouco do processo de produção. ?Eu mandava as músicas e eles iam trabalhando em cima delas?, ressaltou Baleiro.
Graças aos produtores Walter Costa e Dunga, ?Baladas do Asfalto & Outros Blues?, consegue fundir elementos regionais, com o melhor do Pop Rock, dando voz a um disco maduro e em seu melhor estilo. O álbum contou ainda com canções retiradas do baú, como ?Cachorro Doido?, composta em 1989 em parceria com o poeta Fernando Abreu ou a balada ?Musak?, de autoria do próprio Zeca, mas gravada originalmente pela cantora Rita Ribeiro no segundo disco da carreira.
Entusiasmo
De acordo com o próprio Zeca, o intuito deste novo trabalho é muito evidente. Assim como faz em sua vida, o artista quer propor ao público realizar as coisas com um pouco mais de paixão, ou melhor, de alma. ?É por isso que, sem coincidência, a palavra é repetida em diversas canções. Hoje a gente está vivendo um tempo de muito automatismo. É preciso pôr alma, fazer as coisas com paixão?, explica.
E o músico vem seguindo à risca o que prega. Em setembro, ele também deve lançar dois novos CDs, inaugurando seu selo Saravá Discos. Um dos discos são poemas de Hilda Hist musicados na voz de dez grandes cantoras, como Zélia Duncan, Maria Bethânia e Rita Ribeiro. O outro é um álbum póstumo do compositor capixaba Sérgio Sampaio, grande influência na sua infância e adolescência.
Curiosidades
Não é de hoje que as pessoas se perguntam: ?De onde vem esse nome??. Para responder, nada melhor do que o próprio músico explicar a origem do apelido.
?Quando entrei na faculdade de Agronomia, em São Luís do Maranhão, eu tinha 17 anos e a mania de andar sempre com balas, chicletes e bombons no bolso. Daí os colegas começaram a me chamar de ?baleiro?. No início eu não gostava, mas tempos depois, já fazendo música, fui participar de um show de um amigo. O produtor do show perguntou qual o meu nome. Eu respondi: ?Zeca, ora?. ?Zeca de quê??. Fomos tentando os sobrenomes e nada ficava bem?.
Tem algum apelido?, ele perguntou, e alguém respondeu: "Tem, Baleiro". Bem que tentei, mas não consegui impedir que o apelido fosse para o folder do show. Alguns anos depois, ainda cometi a insensatez de abrir uma loja de doces e balas caseiros, e aí virei Baleiro pra sempre. Com o tempo me acostumei, até assumir de vez como nome de guerra.
Outro fato curioso diz respeito à vinda do cantor pra São Paulo. ?Vim de Fiat Uno da capital maranhense com mais alguns acompanhantes. Demorou um bom tanto?, brinca.
Já a origem com a música e o gosto pelos ritmos foi menos complicado. ?Minha mãe colocava a gente pra dormir cantando sambas de Noel Rosa. A partir dos 17 anos, comecei a participar de festivais. Antes, gostava de ouvir o rádio com músicas de Secos e Molhados, Odair José e um outro monte de gente. Gostaria que as pessoas de hoje também pudessem ouvir músicas de boa qualidade?, finaliza.
Serviço
O CD ?Baladas do Asfalto & Outros Blues? é gravado pela Universal Music, custa R$ 28,90, pode ser encontrado em qualquer loja da rede ou no site www.livrariascuritiba.com.br