Zé Ramalho reverencia Bob Dylan em DVD e CD

Um dos muitos compositores que fizeram a trilha sonora da juventude de Zé Ramalho – e ajudaram a ampliar sua formação musical -, o americano Bob Dylan foi descoberto pelo paraibano no período da contracultura, no fim da década de 60. Ao ouvir um disco com vários sucessos de Dylan, lhe chamou atenção, em particular, seu jeito de cantar e as longas letras de suas músicas, de cunho político, social e lisérgico. Passados anos tendo Dylan como compositor de cabeceira, Ramalho presta agora reverência a ele no CD e DVD Zé Ramalho Canta Bob Dylan – Tá Tudo Mudando (EMI).

“Era um projeto que eu estava amadurecendo havia alguns anos. Meu conhecimento da obra dele é muito amplo. É como mergulhar nos sentimentos de um poeta para outro, além de misturar os dois universos, saindo um novo som”, define.

Ramalho já havia esboçado o desejo de homenageá-lo na versão em português que escreveu para Knockin’ on Heaven’s Door, na década de 90. Naquela época, ele estava gravando ’20 Anos – Antologia Acústica’ enquanto rodava o Brasil, apresentando-se ao lado de Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo no projeto O Grande Encontro. “Nas passagens de som, intuitivamente, passei a fazer a versão. Começava cantando em inglês e fui colocando a letra em português. Surgiu naturalmente, de um feeling.”

Por quase dois anos, Zé Ramalho encarou o desafio de versionar para o português canções de Dylan, mantendo-se, o máximo possível, fiel ao material original. O que poderia ser uma cilada, ainda mais se tratando de um compositor de estilo tão irreproduzível como o de Dylan. “Tive grande cuidado para não fugir da visão do poeta, mesmo citando metáforas diferentes ou situações diversas. O prazer de ver o resultado final pronto foi maior do que os desafios e as dificuldades.”

Produzido por Robertinho do Recife, Tá Tudo Mudando traz uma música inédita, Para Dylan, de autoria de Ramalho, e uma outra, If Not For You, cantada em inglês. CD e DVD foram gravados nos Studios Robertinho do Recife – Pólo Rio de Cine e Vídeo, no Rio, no formato ao vivo, com Zé Ramalho acompanhado de sua banda no palco. Mas sem plateia, segundo o compositor, para facilitar a captação dos sons, instrumentos e vocais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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