Alheio à típica festa americana do Halloween, celebrado ontem, Zé do Caixão é a figura que realmente gosta de assustar no Brasil. O personagem de José Mojica Marins é, sem dúvida, uma das figuras mais assustadoras do nosso folclore, junto com o curupira, o Saci-Pererê e a mula sem cabeça. Os filmes do celebrado coveiro são capazes de fazer tremer muito marmanjo por aí. Agora, chegou a vez de Zé focar seu terror nas crianças, na obra “O Livro Horripilante de Zé do Caixão”, escrito por Mojica com ilustrações de Laurent Cardon, que tem como público-alvo crianças entre 7 e 12 anos.
Pai de sete filhos e avô de 11 netos, o cineasta e escritor sabe como contar histórias de terror para crianças. “Não há dificuldade. A mesma história que assusta o adulto também assusta a criança. Basta fazer algumas adaptações, retirando cenas de sexo e violência”, diz.
Mojica revela que assustar seus netos não é uma tarefa fácil. “Eles cresceram vendo meus filmes. Aqui em casa eu tenho caixões, cartazes de filmes de lobisomem, Frankenstein, além aranhas, escorpiões e outras insetos repugnantes. Então eles já estão familiarizados com essas coisas todas”, diz. “Ao escrever esse livro, minha grande preocupação foi contar histórias divertidas. Esse é o segredo para conquistar as crianças”.
A obra traz sete histórias, todas de terror, trazendo no final, no entanto, uma mensagem de tolerância, amizade e amor. “Não coloquei sete histórias por acaso. O sete e o treze são importantes para mim.”