Zac Efron faz primeiro papel dramático nos cinemas

A fórmula é manjada: um galã descamisado cheio de músculos e boas intenções, uma garota de personalidade forte, um elemento sobrenatural que torture a relação amorosa entre os dois e, para finalizar, um belo cenário de natureza. Com elementos similares aos que bombaram a saga adolescente “Crepúsculo”, o drama “A Morte e Vida de Charlie” não tem vampiro, mas o ídolo teen Zac Efron, de “High School Musical”, à frente da história sobre um garoto de uma cidadezinha americana à beira do Pacífico que perde o irmão mais novo num acidente de carro, e passa a se comunicar com o espírito dele.

O diretor Burr Steers reconhece que a exploração do universo fantástico ganhou novo fôlego na indústria do cinema. “Nunca houve tantos roteiros que abordam esse assunto: vampiros, criaturas, mortos que não estão realmente mortos”, disse Steers ao Jornal da Tarde, em entrevista concedida em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Depois da recente parceria com Efron na comédia “17 Outra Vez” (2009), o diretor aposta no carisma do ator para lançá-lo em seu primeiro papel dramático, o de Charlie St. Cloud – um divisor de águas na carreira do ator de 23 anos. “No começo, você não espera muito de um garoto que veio da Disney. Mas a maturidade de Zac me impressionou”, diz Steers. “Olho para Zac e me lembro de como caras como Leonardo DiCaprio e Johnny Depp começaram. Ele não é só um garoto bonito”.

O ator aprendeu a velejar e ganhou 8 kg de músculos para o papel, mas alinha o discurso. “Foi um desafio deixar de lado a faceta divertida da minha personalidade e focar as agruras de Charlie”, diz Zac, que se agarra à chance de dissipar o rótulo de ator de comédias e musicais. “Ainda não tive a chance de provar isso, mas quero mudar com o tempo”.

Na trama, Charlie está ao volante com o irmão mais novo, Sam (o novato Charlie Tahan), a seu lado. No acidente, apenas Charlie é salvo. A culpa pela morte de Sam o corrói, e ele desiste dos planos, da faculdade e do seu barco, um hobby em comum com o irmão, para trabalhar como coveiro no cemitério da cidade, onde se isola. É lá que o espírito de Sam o procura, e eles fazem um pacto: todo fim de tarde se encontram numa clareira e relembram os velhos tempos.

Para o diretor, no entanto, o filme deixa a interpretação para o público. “Fiz questão de não deixar claro se é um fantasma ou se simplesmente é a imaginação de Charlie”, diz Steers. “Ele pode estar alucinando. Depende do que você quiser acreditar”. Com a insistência da pergunta, o diretor se rende: “Se eu acredito em fantasmas? Bom, agora digo que não. Mas à noite, em casa, quando escuto barulhos estranhos, acredito em qualquer coisa”, brinca.

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