Desde ontem, 13, em São Paulo, o cantor e compositor britânico Yusuf Islam, de 65 anos, é um cavalheiro da música internacional que ajudou a moldar o universo da música folk nos anos 1960 e1970 – além de imprimir uma consciência ética ao gênero (o que o emparelhou com os grandes de seu tempo, como Bob Dylan, James Taylor, Joni Mitchell, Donovan e Joan Baez).

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Só que, na época áurea, o nome que Islam usava era outro: Cat Stevens. Ele o mudou em 1978, após converter-se ao islamismo. Pela primeira vez no Brasil para tocar, ele falou à reportagem ontem, por telefone, de seu quarto no Hotel Fasano. Ele se apresenta no Credicard Hall (agora Citibank Hall), nestes sábado e domingo; e no Rio (Citibank Hall), na quarta, dia 20.

Islam falou do tempo em que viveu no Rio, em 1973, quase incógnito; de sua infância no West End londrino; da relação “hipócrita” que os governos das superpotências têm com a internet; e ainda deu detalhes do novo disco que acaba de gravar em Los Angeles, e que deve lançar no inverno do Hemisfério Norte.

O novíssimo disco de inéditas de Islam terá a participação do guitarrista Richard “Ritchie” Thompson, outro famoso músico britânico convertido ao islamismo nos anos 1970. Thompson vive em Los Angeles, local onde tornou famoso o duo Richard & Linda Thompson.

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O cantor Yusuf Islam nasceu em Londres em 21 de julho de 1948, filho de pais imigrantes gregos e cipriotas, e foi batizado Steven Demetre Georgiu. Adotou o nome artístico de Cat Stevens em 1965, mas acabou por trocá-lo por Yusuf Islam em 4 de julho de 1978. “É interessante notar como, de acordo com o calendário lunar islâmico, eu nasci durante os dias da Lua cheia no 14º dia do ramadã, 1367”, anotou o músico certa vez.

Ele não usa mais o turbante e as roupas islâmicas. Parou porque chegou à conclusão que “toda forma de vestimenta cultural é parte da beleza do poder criativo que Deus dá aos seres humanos para se exercitarem”. Sua opção religiosa o colocou em controvérsias e problemas. Em 2004, Islam tinha embarcado em Londres no voo 919 da United Airlines com destino a Washington. Viajava com a filha e iria para Nashville quando o avião teve sua rota desviada e ele foi preso e deportado com base em argumentos de segurança nacional. Ficou indignado, mas hoje prefere não falar mais disso.

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Os hits do ex-Cat Stevens, como Father and Son, Wild World, Morning has Broken, Two Fine People e Moonshadow, embalaram gerações. Ele também foi ao cinema e fez de seus temas recordações eternas quando, em 1971, fez as belíssimas músicas (e as interpretou) da trilha sonora do filme Ensina-me a Viver (Harold and Maude), de Hal Ashby.

YUSUF ISLAM (CAT STEVENS) – Credicard Hall. Avenida das Nações Unidas, 17.955, S. Amaro, 2846-6010. Sáb., às 22 h; dom., às 20 h. R$ 90/ R$ 950.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.