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Wiz Khalifa encerra parte do Lollapalooza com mensagem sobre legalização

Wiz Khalifa poderia ser incluído no time do hip hop internacional que o Lollapalooza Brasil escalou este ano (Chance The Rapper, Anderson Paak e Tyler, The Creator, que cancelou), mas o rap que ele produz deve para eles em criatividade, invenção e qualidade.

O porém é que Khalifa foi durante muitos meses o vídeo mais visto do Youtube, com as bilhões de visualizações de “See You Again”, a música que criou para “Velozes e Furiosos 7”, que ele canta mais ao final do show. E aí o público se aproxima e canta com eles os seus sucessos – o show é divertido, porém.

Por isso ele ocupa o espaço nobre da noite de domingo, 25, dividindo o último horário do Lollapalooza Brasil 2018 com o The Killers, um dos headliners do evento.

No palco Axe, Khalifa apresentou seu rap genérico – a crítica americana gosta pouco dele porque considera que o seu astral alto é forçado: o maior público que o palco Axe registrou nesse festival pode, talvez, discordar.

Na melhor mudança do Lollapalooza 2018, o Axe fica agora próximo ao Onix: onde, pouco antes, uma multidão gigantesca testemunhou Lana Del Rey no auge da sua carreira.

O contraste fica óbvio quando Khalifa – 10 anos de carreira e muitas manchetes no mainstream americano – sobe ao palco e faz parecer faltar o elemento único que faz atrair tanto na cantora que tocou pouco antes: um magnetismo enorme.

Ele mistura influências de 50 Cent (sua maior bandeira enquanto artista é a legalização da maconha, mercado que ele explora legalmente nos EUA), com o trap mais contemporâneo de grupos como o Migos – sem alcançar o mesmo nível em nenhum dos dois escalões. O ponto alto é Taylor Gang – e logo depois o DJ toca um pedaço de Gucci Gang, o hit de 2017 de Lil Pump, um de seus colegas muito mais jovens. Outra catarse acontece em Young, Wild and Free, sua parceria com Snoop Dogg.

A mensagem sobre legalização, porém, fica clara quando ele acende um cigarro no palco: o conteúdo ali fica à discrição do leitor. Minutos depois, ele joga um inflável no público: o “cigarro” tinha a marca de papeis de enrolar da qual ele é garoto propaganda.

Melodias e letras singelas fazem o show na sua totalidade: cobrar dele algo maior seria, no mínimo, injustiça.

Se a escalação de Wiz Khalifa nesse horário nobre do festival – mesmo que num palco alternativo – signifique que o festival está atento para o rap internacional, esse é sem dúvida um acerto do Lollapalooza.

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