O cineasta alemão Wim Wenders explorou em Land of Plenty (Terra de abundância) o retrato dos Estados Unidos após os atentados de 11 de setembro de 2001, mostrando as paranóias e o medo que dominaram os americanos. O filme, apresentado nesta quinta-feira, marca o retorno de Wenders ao Festival de Veneza, onde levou o Leão de Ouro em 1982 por O Estado das Coisas. Sua volta foi muito bem recebida e ele entra como um dos favoritos ao prêmio novamente.
O protagonista de Land of Plenty é um veterano da Guerra do Vietnã que vive um delírio de desconfiança diante do temor de um novo atentado. Solitário, ele decide investigar por conta própria a vida de todos os árabes suspeitos nos EUA. Ao lado dele, está sua sobrinha, uma jovem idealista e com crenças religiosas aprendidas na Europa e na Ásia, de onde voltou disposta a mudar seu país, transformandoo em um território livre, aberto e generoso.
Wim Wenders, que sempre mostrou o país através de um olhar histórico, acredita que, nos últimos anos, sua mensagem deve ser sobre os ideais de “pobreza, paranóia e patriotismo” nos seus filmes. O diretor planejava fazer um documentário mas, ao final, optou pela ficção. Para ele, este seria o formato mais adequado para expressar suas preocupações representadas através de dois personagens radicalmente opostos e mostrar melhor seus sentimento sobre a América nos nossos dias.