Esquetes de Nova Orleans traz histórias recuperadas por Carvel Collins (um dos mais importantes críticos da obra de Faulkner) de um exemplar da revista literária The Double Dealer e dos arquivos do jornal Times-Picayune. Com estes textos, Faulkner planta a semente de seu enorme talento ficcional, já que anteriormente dedicava-se somente à poesia. Começa a  nascer assim um dos mais originais escritores da literatura norte-americana, revelando em sua prosa uma força temática visceral que influenciou várias gerações de autores. Era o início da carreira do genial ficcionista William Faulkner, consagrado 25 anos depois com o Nobel de Literatura.

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As 17 narrativas estão divididas em dois grupos: vinhetas (que descrevem tipos mundanos de uma Nova Orleans movimentada) e contos mais longos (que ora se ambientam em cenários urbanos utilizando jóqueis e marujos, vigaristas e arruaceiros como seus personagens, ora recuam para a zona rural, prefixando os limites do mundo faulkneriano).

Faulkner sempre soube que construía um mundo – um mundo bem a seu modo. Suas tramas têm raízes no presente, em que todos podemos juntar em recordações e desejos. Pois ele próprio disse: "Vocês sabem que o presente começou 10 mil anos atrás, mas o passado começou há um minuto."

Assim William Faulkner define a Nova Orleans dos anos 1920: "Uma cortesã, nem velha porém nem mais tão nova, que evita a luz do sol para que a ilusão de sua glória passada se preserve. Os espelhos de sua casa são baços e as molduras estão bem desbotadas; toda sua casa é fosca e bela com o tempo. Graciosamente ela se reclina numa espreguiçadeira opaca de brocado, há um cheiro de incenso que a rodeia, e suas vestimentas se dispõem em dobras formais. Ela vive na atmosfera de um tempo morto e mais atraente.

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"A pouca gente ela recebe, e é através de um eterno lusco-fusco que eles vêm visitá-la. Ela mesma não fala muito, no entanto parece dominar a conversa, que é em voz baixa mas nunca insípida, artificial mas não brilhante. E os que não estão entre os eleitos devem ficar para sempre fora de seus portais.

"Nova Orleans… uma cortesã cujo poder sobre os maduros é forte e a cujo charme os jovens têm de se mostrar sensíveis. Todos que a deixam, em busca dos cabelos nem castanhos nem dourados da virgem e de seu peito descorado e gélido onde jamais algum amante morreu, vêm-lhe de volta assim que ela sorri pelo seu leque lânguido…"

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Sobre o autor

William Harrison Faulkner (originalmente Falkner) nasceu em 25 de setembro de 1897, em New Albany, estado do Mississippi, sul dos Estados Unidos. Aos cinco anos, sua família passou a residir em Oxford. Escreveu seus primeiros poemas com 23 anos e, em 1925, publicou os primeiros contos em Nova Orleans. Seu primeiro romance Mosquitoes  data de 1927.  Em 1929 casa-se e lança O som e a fúria, romance considerado sua obra-prima. Escreveu vários roteiros para o cinema e publicou, ao todo, 21 livros. Foi laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1950. Visitou o Brasil em 1954 e faleceu, em conseqüência de um edema pulmonar, em 6 de julho de 1962.

Serviço
Esquetes de Nova Orleans
Tradução: Leonardo Fróes
Páginas: 240
Preço: R$ 33,00