O grupo britânico Whitesnake literalmente vestiu a camisa. O vocalista David Coverdale, um dos maiores ícones do rock-n’-roll, subiu ao palco do festival Monsters of Rock, que terminou ontem, 20, no Anhembi, vestindo uma camisa com estampas, na frente e nas costas, de uma bandeira do Brasil estilizada (um logotipo do Whitesnake no centro). Outra bandeira do Brasil esperava no púlpito da bateria.

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Fazendo juras de amor ao País e gritando “São Paulo” o tempo todo, Coverdale mostrou grande forma a partir da primeira música, Give Me All Your Love, e quando engatou um par de hits em sequência (Love Ain’t No Stranger e Is This Love, que frequentam o dial das rádios FM há décadas), o Anhembi sucumbiu de vez ao velho ato do hard rock.

A banda alternou peso e habilidade melódica, com grandes baladas no meio de grandes petardos – houve até um momento meio Crossroads (A Encruzilhada, filme de Walter Hill de 1986), no qual os dois guitarristas, Doug Aldrich e Reb Beach, medem forças e vão progressivamente se encaminhando para um ambiente de Delta do Mississippi, até se “fuzilarem” com uma gaita e solos virtuosos.

Coverdale, que quando começou na carreira de vocalista era tido como um imitador de Robert Plant, do Led Zeppelin, é ainda uma potência vocal. Ele se poupa um pouco em alguns agudos, deixando para a banda, mas não é porque não possa alcançá-los – é estratégia de veterano. Ele disse a Eddie Trunk, apresentador da jornada, que o Whitesnake faz o último show dessa turnê em Brasília, e logo em seguida eles tiram uma “folga para o Natal e a família”. É um show de rock imperdível.

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O Whitesnake se apresentou antes do Aerosmith, que encerraria a noite e estava programado para subir ao palco às 22h35. Até as 23h, porém, a apresentação ainda não havia começado.

Ratt – Pouco antes das apresentações de Whitesnake e Aerosmith, o grupo californiano de hard rock Ratt mostrou como se propaga o DNA do rock. O Aerosmith, notoriamente, começou na vida emulando os Rolling Stones. E o Ratt parece ter se materializado a partir de uma costela do Aerosmith, inclusive com um vocalista, Stephen Pearcy, que tem nome, postura, ficha corrida de excessos e voz parecidas com os de Stephen Tyler, do grupo de Boston.

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A banda, que tem mais de 30 anos de carreira, jamais tinha vindo ao Brasil, segundo seus integrantes contaram ao apresentador da jornada, Eddie Trunk, pouco antes de iniciarem o seu show, às 19h, no Anhembi, com Wanted Man (seguida de I’m Insane, In Your Direction e You Think You’re Tough). Menos conhecido no Brasil, o grupo ficou devendo alguns hits para esquentar o público. Stephen Pearcy é um veterano no negócio – iniciou-se em Los Angeles numa época em que reinavam Motley Crue, Guns N’ Roses e Poison e se diz um descendente direto de uma geração de “hair metal” dos anos 1980.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.