São Paulo, (AE) – Primeiro, foi a polêmica criada pelo uniforme do novo Superman, tão colado ao corpo que deixaria em evidência a anatomia do ator Brandan Rauth. A indecência seria tão grande que os executivos da Warner teriam se valido da computação gráfica para disfarçar o excesso. Logo em seguida, nova polêmica – o diretor Bryan Singer, de X-Men 1 e 2, teria tirado Superman do armário, fazendo de Gotham City uma espécie de Brokeback mountain sem montanha nem rebanho de ovelhas.
Tudo isso é divulgado e ampliado na internet, criando uma aura de escândalo em torno de Superman – o retorno, que estreou nesta quarta nos cinemas brasileiros. À espera do que promete ser o maior sucesso do ano, o público poderá matar a saudade (ou conhecer, no caso de espectadores jovens) um outro Superman, aquele que George Reeves interpretou no começo dos anos 1950, quando o herói saltou do rádio para a TV, que começava a se firmar nos EUA.
Existem críticos que até hoje sustentam que George Re-eves foi o melhor de todos os Super-Homens, deixando para trás Christopher Reeve, que criou o herói quatro vezes no cinema, entre 1978 e 1987. Uma caixa da Warner, contendo cinco discos (129,90 reais), resgata agora a primeira temporada da série, com o acréscimo de extras, como o documentário Do tinteiro para o set, que lembra o surgimento do Homem de Aço nos quadrinhos de Joe Siegel e Jerry Shuster. É um Superman mais ingênuo e, certamente, menos escandaloso, mas no qual se percebem vestígios das tensões políticas que os EUA viviam sob o macarthismo.