Aberta no dia 11, a primeira individual de Alfredo Volpi em Londres, na galeria Cecilia Brunson Projects, reúne 32 pinturas que sintetizam sua trajetória, desde as telas figurativas dos anos 1940 aos trabalhos dos anos 1980, último período de sua extensa produção (mais de 2.600 obras).

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Uma iniciativa da galeria inglesa em associação com a galeria paulistana Almeida e Dale, a exposição Alfredo Volpi: At the Crossroads of Brazilian Modern Art tem curadoria do crítico anglo-brasileiro Michael Asbury, também autor do texto do catálogo que acompanha a mostra, em cartaz até 29 de julho.

Asbury, ao especular a razão de Herbert Read ter se interessado e defendido a premiação da Volpi na 2ª Bienal de São Paulo, em 1953, dividindo o prêmio com Di Cavalcanti, imagina que o crítico inglês o tenha associado ao pintor naïf Alfred Wallis (1855-1942), descoberto por Ben Nicholson em 1928, em Cornish, uma aldeia de pescadores. Pode ser, embora o próprio Asbury considere reducionista a comparação de Wallis com Volpi.

Parece evidente que Volpi nunca foi naïf. Um texto do crítico Mário Pedrosa, publicado em 1957 e reproduzido no catálogo, afirma, de modo categórico, que Volpi não era “ingênuo” nem “primitivo”, mas um homem simples com “humildade artesanal” e “profunda sabedoria pictórica”.

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Pedrosa lembra como Volpi corria atrás de informações que não teve na escola, ao viajar até Pádua para ver as pinturas de Giotto na Cappella degli Scrovegni, ou até a Toscana para ver os afrescos de Piero della Francesca em Arezzo.

O curador cita dois críticos atuantes no Brasil, Rodrigo Naves e Lorenzo Mammì, para mostrar que Volpi também teve contato com eventos históricos do modernismo brasileiro – ele esteve na polêmica mostra expressionista de Anita Malfatti, em 1917, além de ter sido influenciado por Goeldi.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.