Música

Você sabia que MC G15 começou sua carreira na igreja? Conheça história do funkeiro!

Aos 21 anos, MC G15 já é um dos artistas mais ouvidos no país. Foto: Divulgação

Sua admiração pela música surgiu da mesma forma que acontece para muitos outros cantores: na igreja. Pouco tempo depois, foi a um baile funk e percebeu o quanto o gênero lhe chamou a atenção, mas ele queria fazer diferente do ‘batidão’ que já era conhecido nas comunidades e buscou trazer um lado mais melódico para sua música. Foi dessa forma que o jovem Gabriel Paixão Soares, conhecido como MC G15, conquistou seu espaço e hoje, com apenas 21 anos, é um dos artistas mais ouvidos no país. Em Curitiba, por exemplo, faz tanto sucesso que a cidade disputa sua atenção com o eixo Rio-SP.

“Eu tocava bateria na igreja, ajudava o pessoal no grupo, então digo que começou tudo lá. Mas o funk entrou na minha vida do nada, depois que fui num baile à primeira vez e vi os MCs cantando. A energia do público junto com eles me chamou a atenção. Sempre fui daquele tipo de pessoas que gosta da música, sempre peguei os DVDs que minha vó tinha para ver. No mesmo dia já fiz minha primeira música”, contou.

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Na época em que começou, por volta de 2012, G15 percebeu que o funk ainda seguia naquele estilo ‘proibidão’. “Mas eu sempre fui de gostar de melodia, gosto de uma parada mais cantada, então busquei por isso”, explicou o cantor, dizendo que se inspirou em MC Marcinho para seguir seu rumo. “Ele fazia um funk lindo no passado, uma coisa mais romântica, e eu comecei a seguir isso. Com ousadia, mas com sentimento e melodia. Acho que puxei esse bonde junto com os outros meninos que acabaram seguindo depois”.

Fazendo sucesso e tocando muito na noite, G15 já se sentia vitorioso, mas foi com uma música que estourou e seu trabalho foi visto por todo o país. “Deu Onda entrou para a parada mundial. Estava em Caxias, de férias na casa da minha mãe, já tinha dois ou três sucessos, fazia mais de 40 shows por mês, mas o pessoal da empresa começou a me ligar e me deram a notícia”.

Por uma aventura do acaso, a música estourada nem era para ser lançada. “Era uma música que eu não ia soltar, foi feita na brincadeira, mas acabaram soltando e virou uma febre. No dia que tudo aconteceu, fiquei sem acreditar. Fiquei um ano fazendo show sem parar com essa música. A minha vida mudou completamente de um dia pro outro. Dormi de um jeito e acordei famoso”.

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Depois de Deu Onda, G15 emplacou outros sucessos e fechou parcerias importantes como Lucas Lucco e Anitta. “Gravar com o Lucas Lucco, depois com o Denis DJ e com a Anitta, me ajudou a agregar e me levou para o público que eu toco hoje, que é um público mais A e B. A parceria é muito bom porque pegamos o público dos outros, juntamos os públicos, mas o importante é a música combinar com os dois”.

A atual música de trabalho do cantor, por sua vez, foi gravada em parceria com outro astro do funk, Livinho. Ela Vem tem quase 10 milhões de visualizações só no YouTube. Para o fim do ano, G15 está planejando gravar um DVD. “Mas estamos esperando os próximos lançamentos, que vão agregar como músicas novas para o fim do ano. Quero ter aproximadamente 25 sucessos no projeto”, concluiu ele, reforçando que ainda não tem nada definido sobre o local da gravação e o dia, por exemplo.

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Apesar de sofrer preconceito dentro do próprio funk, artista prefere permanecer com as músicas melódicas. Foto: Divulgação
Apesar de sofrer preconceito dentro do próprio funk, artista prefere permanecer com as músicas melódicas. Foto: Divulgação

Preconceito dentro do próprio funk

G15 disse já ter percebido que seu som conquista espaço justamente por sua busca pelo lado mais melódico. “Procuro fazer uma parada romântica, não ser tão pesado, mas como tem o nome ‘MC’ limita um pouco. Sou apaixonado pela música brasileira, então não tenho aquela coisa de só fazer funk, por isso faço um montão de música que eu nem gravo. Estourei no funk, mas a galera da música de modo geral foi gostando de mim”, avaliou.

O que antes era um estilo cheio de palavrões e músicas mais ‘pesadas’, hoje se transformou e é isso que as pessoas ainda precisam perceber. “O funk hoje é uma parada mais aberta porque o ritmo é muito bom, todo mundo curte, mas claro que precisa ser adaptado de acordo com o gosto das pessoas. O funk se tornou um gênero comercial, que atingiu um patamar mundial. Eu mesmo tenho uma música que tocou no mundo inteiro e ficou entre as mais tocadas, acredito que o gênero em si está tendo seu respeito, acho que até mais do que antes, o espaço tende a crescer”.

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G15 disse que, mesmo tendo um estilo diferente, ainda se sente um pouco excluído e percebe que o mesmo acontece com outros parceiros do funk. “É muito triste. A gente atinge o mesmo patamar que um cantor de sertanejo atinge, por exemplo. Às vezes vamos até mais longe, mas não temos o mesmo reconhecimento. Talvez pelo fato de vincularem ao pesadão no passado. Sofremos um pouco com isso, mas os músicos mesmo, as pessoas que entendem, respeitam completamente porque veem a musicalidade, os números, regravam nosso som. Eu mesmo tenho mais de oito músicas regravadas por outros estilos musicais. É um trabalho que nós mesmos temos que fazer para acabar com o ranço”.

Curitiba, para o cantor, é uma cidade que sempre demonstrou estar aberta ao seu som. Já para os números, o que seria apenas uma avaliação de G15 se comprova: no Spotify, por exemplo, a cidade está em terceiro lugar entre as que mais consomem o trabalho do cantor, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. “Isso me deixa muito feliz, porque confirma o que percebemos no calor do público, sempre sou muito bem recebido aí”.

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