Texto ágil, atores afinados e produção de época impecável são alguns dos ingredientes importantes da novela Pecado Mortal, da Record. Mas, é impossível citar o sucesso da trama sem mencionar o trabalho do ator Vitor Hugo, o homem por trás do vilão Picasso. “O Picasso é como um coringa, porque transita por todos os núcleos da trama e pode ser qualquer carta no jogo. Fiz um baralho com 14 cartas – todas de coringa – e levo ele comigo quando gravo a novela. Para mim, é algo do personagem e me ajuda a compor sua personalidade e suas expressões”, comenta.
Debochado e corruptível, o policial acumulou, nesses três meses de folhetim, uma lista expressiva de maldades contra o mocinho Carlão (Fernando Pavão), por quem nutre um (até agora) inexplicável ódio. O ator mesmo não sabe (ou não quer) dizer qual a motivação de Picasso. “Algumas explicações sobre essa questão estão para ser apresentadas, mas acho legal manter o mistério. O autor está trabalhando há muito tempo para construir essa trama”.
Questionado sobre sua opinião a respeito do assunto, ele diz: “Nós, os atores, recebemos apenas uma sinopse do personagem no início da novela. Assim como o público, vamos descobrindo as coisas capítulo por capítulo. Mas havia referências no texto sobre o fato de o tema pedofilia mexer muito com o Picasso. Ele cresceu em um orfanato, dando a entender que poderia ter assistido ou sofrido esse tipo de abuso. Como havia a acusação contra o Carlão de pedofilia, eu trabalhei – na minha cabeça – com esse dado. A raiva dele podia vir daí”.