Visões israelense e palestina no Oscar

Durante a premiação da 78.ª edição do Oscar, amanhã, dois filmes que abordam o conflito entre judeus e palestinos e sua disputa pelo território de Israel concorrem a estatuetas. Enquanto a superprodução de Steven Spielberg, Munique (orçado em U$ 75 milhões), conta a história da caçada israelense aos terroristas palestinos das Olimpíadas de Munique; o filme palestino filmado em 35mm, Paradise now, acompanha o último dia na vida de dois homens-bomba antes de um atentado em Tel Aviv.

De um lado está um dos cineastas mais bem-sucedidos e influentes do mundo, o americano e judeu Spielberg; do outro, o diretor palestino Hany Abu-Assad, que teve o apoio do co-produtor israelense Amir Harel para rodar seu projeto. Em Munique o personagem Avner (Eric Bana) é contratado pelo governo israelense para liderar um grupo de assassinos do Mossad. Com a missão de matar os onze terroristas responsáveis pelos assassinatos de atletas israelenses durante as Olimpíadas de Munique (1972), ele viaja pela Europa acompanhado por outros quatro agentes como se fosse um mercenário em busca de dinheiro.

A forma vil e desumana como o grupo do Mossad se mostra no filme, revoltou diversas comunidades judaicas. Pudera, com as operações apenas no início, Spielberg mostra um grupo se tornando tão terrorista quanto os próprios assassinos de Munique. Até a metade do filme, os soldados de Israel justificam a caçada aos palestinos como uma manobra necessária para sua nação se fazer temer e também por seu orgulho. No decorrer das cenas, o grupo descobre que, a cada U$ 200 mil que eles gastam para eliminar um terrorista, os árabes revidam com mortes de inúmeros israelenses e atentados pelo mundo todo.

Em Paradise now, dois palestinos amigos de infância são recrutados para executar uma missão suicida em Tel Aviv. A cada momento, os dois protagonistas e outros personagens discutem se o auto-sacrifício é a melhor forma para lutar pela liberdade. De um lado, existe o rancor e a tristeza do povo palestino por ser tratado como hospede em suas próprias terras, o que leva centenas de jovens a se sacrificar na falta uma alternativa de vida melhor. Por outro, existe um palestino insatisfeito que continuará sendo oprimido pelo resto da vida. Ou seja, não restam muitas opções.

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