Realizada desde 2007, inicialmente apenas em dez cidades, a Virada Cultural Paulista de 2011 terá como algumas das atrações nomes bem conhecidos da música brasileira como Fafá de Belém, Renato Teixeira, Lobão, Toquinho, Paralamas do Sucesso, Charlie Brown Jr., Thiago Pethit, Marcelo Jeneci, Maria Gadú, além de atrações internacionais como a cantora francesa Agnès Jaoui, Pink Martini e Superchunk. O evento também apresentará ao público espetáculos de circo, dança e teatro. Serão 24 horas de shows e espetáculos em 22 cidades do interior e do litoral de São Paulo nos dias 14 e 15 de maio. A programação prévia está disponível no site www.cultura.sp.gov.br e www.viradaculturalpaulista.sp.gov.br
De acordo com o secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, o evento faz parte da política do governo de interiorização e descentralização da cultura pelo Estado, o que inclui também o projeto de levar parte da reserva técnica do acervo da Pinacoteca de São Paulo para cidades interioranas, como é o caso de Botucatu, que receberá em breve algumas telas guardadas no prédio da Estação da Luz, na região central da capital. Outro projeto citado pelo secretário é aproximar o Museu da Imagem e do Som (MIS) à periferia da cidade de São Paulo.
Para a edição deste ano, serão investidos R$ 6 milhões. O anúncio da programação da Virada Cultural Paulista 2011 foi realizado hoje no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Conforme Matarazzo, o Estado é responsável pelas atrações, e os municípios entram com a infraestrutura básica e a organização de apoio. Ele estima que dois milhões de pessoas participem das atrações.
De acordo com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a cidade de Campinas ficou de fora da programação mais uma vez porque “já tem uma atividade cultural intensa, mas vamos incluí-la mais para a frente”. “A ideia é aumentar o número de cidades participantes”, acrescentou. Neste ano, Bauru foi substituída por Botucatu, localizadas em uma mesma região, para fazer um rodízio. “A virada é um ótimo intercâmbio porque as regiões conhecem novos artistas, e estes também conhecem melhor o interior”, disse Alckmin. O governador lembrou que passou a virada do ano passado em Mogi-Guaçu, e que neste ano pretende ir a mais de uma cidade.
Interiorização
De acordo com o prefeito de Mogi-Guaçu, Paulo Eduardo de Barros, mais conhecido como Dr. Paulinho, este é o terceiro ano em que o município vai contar com a Virada Cultural. Até 2009, a cidade não tinha secretaria de cultura, criada após acertar a participação no evento. “Hoje a cidade que eu represento respira cultura na região”, disse.
Segundo ele, o evento mudou a vida cultural da cidade. “Comemoramos o aniversário da cidade muito melhor do que comemorávamos”, disse, acrescentando que até 2009 fazia 17 anos que Mogi-Guaçu não tinha uma festa de carnaval. “Hoje já existe polêmica na cidade para ver se cultura é igual saúde, segurança, educação, isto é, mostrou que o cidadão também precisa de cultura”, avaliou.
O prefeito disse que em 2009 participaram da virada cerca de 35 mil pessoas. No ano seguinte, o número subiu para 42 mil. Ele estima que este ano Mogi-Guaçu deverá receber 50 mil pessoas. A programação local prevê apresentação de Diogo Nogueira, filho do sambista carioca João Nogueira, e Dominguinhos. No ano passado, Lobão passou pela cidade.
Cidades
A Virada Cultural Paulista de 2011 acontecerá nas cidades de Araçatuba, Araraquara, Assis, Botucatu, Caraguatatuba, Franca, Indaiatuba, Jundiaí, Marília, Mogi das Cruzes, Mogi-Guaçu, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santa Bárbara d’Oeste, Santos, Santo André, São Carlos, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba. O Sesc São Paulo, como nas edições anteriores, é parceiro do evento, desenvolvendo uma série de atividades em suas unidades do interior e litoral.
Hoje na divulgação da programação no Palácio dos Bandeirantes, houve a apresentação de uma roda de choro com Luizinho 7 cordas, que interpretou o tema Noites Cariocas, de Jacob do Bandolim, um esquete com o grupo de teatro Parlapatões e também um trecho da peça “As Pagus”, encenação em homenagem à escritora e parceira de Oswald de Andrade Patrícia Galvão. A direção é de Christiane Tricerri.